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Especialista que estuda crianças em situação de rua dá palestra na UFSCar

13/12/2013 11h19 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Especialista que estuda crianças em situação de rua dá palestra na UFSCar

O III Seminário de Saúde Mental Infantojuvenil da UFSCar, que teve início ontem e termina hoje às 12h, contou com a participação de Silvia Helena Koller, pesquisadora do Centro de Estudos Psicológicos (CEP – Rua) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

 

Elogiando a realização do evento, ela afirmou: “É no momento em que as pessoas se sentam para conversar sobre coisas importantes, que as coisas se organizam para melhorar. O Seminário abre as portas da universidade para a comunidade para que eles venham aqui conversar. O diálogo, a criação do um fórum, é fundamental”.

Dentre os temas discutidos, ela cita a importância da necessidade que os profissionais que lidam com crianças sentem de aperfeiçoar suas formações.

O evento conta com palestras, mesas-redondas e apresentação de trabalhos, e com a participação de pesquisadores, alunos, profissionais que trabalham com criança e representantes das secretarias municipais de saúde, infância e juventude, cidadania e assistência social e de educação e cultura.

Koller, que há vinte anos pesquisa crianças e adolescentes em situação de rua, conta um pouco da sua experiência: “Começamos trabalhando com crianças em situação de rua, mas entendemos que esse problema é um reflexo do que vinha acontecendo dentro das famílias”.

Ela diz que ao longo dos anos de trabalho foi encontrando vários dados interessantes, tanto no sentido de avaliar e criar programas de prevenção, quanto no sentido de fazer capacitação de profissionais que trabalham com crianças: “Ampliando o foco para uma psicologia mais positiva, não enfocando apenas o transtorno, mas olhando para direitos humanos, para negociação de conflitos, para resiliência, para superação”.

Questionada quais as principais alterações na área nos últimos 20 anos, ela diz que “muita coisa mudou”. Como mudança que julga positiva, ela cita a reorganização de equipamentos sociais de atendimento à criança (a extinção da Febem, por exemplo). Mas lamenta: “Infelizmente, agora, temos a questão do crack, que está envolvendo muitas crianças e adolescente; e, esses, a gente não consegue atingir: o tráfico chegou primeiro”.

Ela defende que é necessário dar oportunidades às crianças e adolescentes para que eles tenham autoria sobre suas próprias vidas: “E isso o tráfico dá, enquanto que a autoria deveria ser o sucesso na escola, algo que eles aprendessem como ofício na adolescência; algo que fizessem de artístico, criativo, esportivo, pois é isso que crianças têm de fazer; algo que permitisse que eles dissessem: “Sou um bom ginasta, um músico, um jogador”.

 

FUTURO

Apesar da gravidade dos problemas, ela diz acreditar que “nem tudo está perdido”, e salienta a importância de revelar perspectivas de futuro para crianças e adolescente: “Vimos que as crianças que estavam na rua não eram doentes mentais, nem deprimidas, nem burras (falando o português claro): eram crianças muito espertas, com muita capacidade de superação, que conseguiam sobreviver em condições que poucos de nós conseguiríamos encarar”.

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