Estoque da merenda estão comprometidos
O vereador Julio Cesar (DEM) denunciou, ontem, que os estoques dos produtos destinados à merenda escolar estão em baixa. O parlamentar esteve, em duas ocasiões, no almoxarifado da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Na segunda ocasião, foi acompanhado dos vereadores Paraná Filho e Leandro Guerreiro (PSB). O Primeira Página esteve no depósito e pôde constatar a falta de vários itens da merenda. Do que tinha armazenado, o feijão é suficiente para abastecer a Rede Municipal de Educação por uma semana, o leite integral por três. A maior ‘folga’ é relacionada ao arroz. O estoque dá para um mês. O secretário de Agricultura, Deonir Tofolo, afirma que as escolas estão com as despensas cheias e espera que, com os pregões sejam finalizados nos próximos dias, o que garantirá o reabastecimento.
“Começo a semana triste, decepcionado. Falta comprometimento em muitos setores da Prefeitura. É chocante você visitar um almoxarifado e encontrar apenas alguns sacos de açúcar, de feijão e de arroz. Se continuar desse jeito, os pais precisam se preparar. Vai faltar merenda nas escolas”, alertou o presidente da Câmara.
“Se colocarem macarrão no cardápio, não tem o molho. Isso não é caça às bruxas, mas o secretário precisa buscar uma solução urgente para o problema”, complementou Julio Cesar.
Depois da visita ao almoxarifado, os vereadores se dirigiram ao Caic Afonso FioccaVitali, no Cidade Aracy. Na escola, encontraram as despensas com produtos. As crianças foram servidas com arroz, feijão, frango e beterraba.
Contudo, nas redes sociais, muitas mães reclamam da qualidade da merenda. Os relatos estão na página do vereador Leandro Guerreiro. “Na semana passada, teve bolinho e suco”, disse Ariane Carolina.
Isabel Sitta afirmou que estão servindo bolacha com leite ou suco. Outras mães explicam que, em algumas ocasiões, foi servida a refeição sem carne e feijão.
Secretário atribui baixa no estoque à logística
O secretário de Agricultura, Deonir Tofolo, observou que os estoques estão em baixa por causa do atraso no pregão. “Abrimos o pregão em janeiro e demorou três meses e meio. Alguns itens como geleia, ervilha, milho e molho de tomate, que são alimentos acessórios, estão em falta, mas a comida básica, leite, arroz e feijão estão em ordem”, justificou.
Tofolo acrescentou que a demora ocorre porque são 32 lotes com 40 itens de alimentação. “E a aprovação dos lotes deve ocorrer amostra por amostra. Não conseguimos a homologação parcial e falta apenas um lote. Eu necessito de aprovação 100% para obter o fornecimento normal”.
Segundo Tofolo, as escolas não estão sem merenda. “O que falta é a carne vermelha por causa da suspensão do pregão (leia texto sobre o assunto), mas abastecemos a rede com frango, almôndega, peixe e embutidos. Produtos da agricultura familiar como frutas e legumes abastecem a rede”. A compra dos 32 lotes de produtos está estimada em R$ 2 milhões, segundo Tofolo.
Compra de carne foi suspensa por suspeita de corrupção
O prefeito Airton Garcia (PSB) confirmou na última sexta-feira, 12, que abriu uma sindicância para apurar suposto pedido de propina no pregão para a compra de carne bovina, produto a ser servido nas escolas da Rede Municipal de Educação. “No meu governo, não tem malandragem. E essa suspeita foi denunciada à Polícia Federal, uma vez que existem recursos federais”, disse Airton.
O secretário de Agricultura, Deonir Tofolo, disse que um dos vencedores do pregão começou a ser coagido por outro fornecedor a pagar propina. Nesse pregão, o sexto colocado foi classificado. “A pessoa ligava para os fornecedores pedindo propina. Sem o pagamento, o fornecedor era desclassificado”, disse.
Tofolo disse que não pode comprovar, mas em contato com alguns fornecedores, eles não demonstravam interesse em participar dos pregões em São Carlos, pois na cidade tinha ‘esquema’.
