Mulheres trabalham 20 horas mais que os homens
Uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do trabalho (OIT) revela que as mulheres trabalham mais horas do que os homens, levando-se em consideração a carga horária do trabalho fora e dentro de casa.
As mulheres possuem uma jornada extra de 5,1 horas, do total de 58 horas semanais trabalhadas contra 52,9 horas trabalhadas pelo sexo oposto. O que equivale a 20 horas adicionais por mês, cerca de dez dias a mais por ano. Os dados foram incluídos no relatório Perfil do Trabalho Docente no Brasil: um olhar sobre as unidades da Federação, divulgado em 19 de julho.
A gerente, Izaeti Mauricio de Oliveira de 27 anos, tem uma jornada diária de 8 horas e quando chega está em casa ainda precisa organizar, limpar e cozinhar, além de colocar as roupas na máquina de lavar. “Este comportamento das mulheres vêm da cultura passada por gerações, e não encaramos isso como uma desigualdade, fazemos forma natural”, diz Oliveira
O relatório analisou alguns dados de 2008 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e apontou que 90,7% das mulheres que estão no mercado de trabalho também realizam atividades domésticas. O percentual masculino fica abaixo, com 49,7%. No trabalho, elas gastam, em média, 36 horas por semana; eles, 43,4 horas. Em casa, por outro lado, elas gastam 22 horas semanais. Os homens, 9,5 horas.
Com todos os deveres de casa, não sobra muito tempo e disposição para os cuidados pessoais. “Não tenho tempo para cuidar das unhas e dos cabelos, passar uma tarde no salão de beleza é um sonho pra mim”, fala a gerente.
A participação dos homens nos afazeres domésticos está mais concentrada em atividades interativas, como a realização de compras de mantimentos em supermercados, o transporte dos filhos para a escola e atividades esporádicas de manutenção doméstica, como reparos e consertos no domicílio.
Para Izaeti este comportamento precisa mudar, as mulheres precisam dividir mais suas tarefas com os companheiros. “Enquanto um faz a comida, o outro lava a casa, enquanto um dá banho nas crianças, o outro, limpa a casa”, comenta Oliveira.
“Uma informação do suplemento da Pnad de 2008 é bastante ilustrativa dessa situação cerca da metade (49,7%) das pessoas de 14 anos ou mais de idade, costumavam fazer faxina no próprio domicílio, sozinha ou com a ajuda de outra pessoa. Enquanto que esta prática era comum para 72,1% das mulheres, entre os homens era de apenas 25,4%”, informa o relatório.
De acordo com a pesquisa evidencia-se que a massiva incorporação das mulheres ao mercado de trabalho não vem sendo acompanhada de um satisfatório processo de redefinição das relações de gênero com relação à divisão sexual do trabalho, tanto no âmbito da vida privada, quanto no processo de formulação de políticas públicas.
