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Palestra da UFSCar discute reforma agrária

29/05/2013 11h00 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Palestra da UFSCar discute reforma agrária

Ciclo de debates da pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal de São Carlos discutiu ontem a reforma agrária. Joelson Gonçalves de Carvalho, professor do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, apresentou a palestra Reforma agrária em terras de agronegócio: condicionantes estruturais e elementos conjunturais da questão agrária paulista.

 

Segundo o economista, a natureza do tema se insere no espírito das Machiavéllicas, nome do ciclo de debates: “A ideia é a de trazer temas, trazer elementos para o debate, eu estou trazendo o tema da reforma agrária, em linhas gerais, e da questão agrária paulistas em linhas específicas. O objetivo é polemizar sobre um tema que, por si só, já é bastante polêmico: o papel da reforma agrária em pleno século XXI”, explica o professor.

Segundo ele, ao observar o Estado de São Paulo é possível perceber que este é altamente dinâmico do ponto de vista agropecuário, mas ressalta: “E muitos pegam esse perfil diversificado, especializado, moderno da agricultura paulista para dizer que não há mais espaço para reforma agrária no Estado. É algo como coibir, com esse argumento, o argumento da reforma. E as justificativas seriam muitas: ela é muito cara, as terras são muito produtivas, etc”.

O professor explica que o que está trazendo para o debate é que, observados os assentamentos rurais existentes no Estado, é possível enxergar uma melhoria das condições de vida das pessoas que vivem nesses assentamentos: “Do meu ponto de vista isto, por si só, já basta para negar argumentos contrários à reforma agrária”.

Segundo o pesquisador, o agronegócio resolve bem questões do ponto de vista econômico, da inserção internacional do país, e do ponto de vista da geração de superávit: “Mas se mostrou um fracasso do ponto de vista social, para dirimir os dilemas daqueles que não possuem terras e não possuem espaço no meio urbano”, aponta Carvalho. 

Para ele, o agronegócio domina por meio de concentração de terra, de financiamento e da atenção das políticas públicas. E a agricultura familiar, afirma, tem conseguido mostrar que consegue produzir e se reproduzir socialmente, melhorando as condições materiais das pessoas antes de serem beneficiadas:

“Isso nos ajuda a dizer que é um modelo a ser pensado e priorizado se nós queremos ter, do ponto de vista da economia social, alguma melhoria que possamos chamar de desenvolvimento. E isso nos estimula a tentar entender até que ponto ela continua sendo uma política válida para melhoria das condições de vida da população”, diz.

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