Passeata pede justiça após assassinato de estudante
Para pedir paz e justiça após a morte do estudante universitário Sérgio Gonçalves Lima, alunos da Universidade Federal de São Carlos realizaram na tarde desta quinta-feira, 27, uma passeata que saiu do campus em direção à delegacia Seccional da Polícia Civil, na vila Celina, região Oeste da cidade. A manifestação foi convocada pelas redes sociais e contou com a presença dos pais do aluno encontrado morto no último domingo (23), próximo ao local de uma festa de formatura. Também estiveram presentes representantes dos servidores da universidade, professores, alunos e docentes da USP.
A concentração ocorreu às 14h no chamado “Palquinho” do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSCar. Os alunos confeccionaram faixas e cartazes com palavras de ordem. O evento começou com a leitura de uma carta escrita por vários alunos, e que ressaltou as qualidades do ex-aluno. Em um trecho da carta eles apontavam a simplicidade como uma grande qualidade de Lima. A emoção marcou a leitura do documento. Muitos choravam e ao mesmo tempo riam, com carinho, das descrições atribuídas ao estudante morto. “Um jovem sonhador, feliz, estudioso e brincalhão”.
Silva Lima, 53, e Sueli Gonçalves Lima, 42, pais do estudante, ficaram emocionados com a homenagem e com o ato pedindo justiça. Em vários momentos as lágrimas caíram dos olhos do pai, que em voz baixa afirmava que o filho era o seu grande orgulho. Em entrevista ao vivo para a Rádio São Carlos, ele afirmou que sempre lutou muito para conseguir realizar o sonho do filho, que era estudar na UFSCar. “Hoje estou sem chão, mas sei que ele é querido. Não era isso que eu queria, mas Deus escreve a nossa vida”, disse
Já a mãe do estudante morto afirmou que mesmo sem a presença do filho ele vive na alegria e nas lembranças de seus amigos. “Eu fico grata por esta manifestação. Meu filho não vai completar o curso, mas quero que vocês vivenciem essa alegria. Ele vai ficar feliz quando vocês receberem esse diploma porque esse era o sonho dele. Ele queria estar muito aqui na UFSCar”, disse a dona de casa Sueli Gonçalves Lima.
A mãe do estudante aceitou participar do evento em solidariedade ao grupo. Ela disse esperar que a manifestação sirva como um alerta para que casos assim não voltem a ocorrer. “Fico emocionada ao saber o quanto o meu filho era querido. A minha expectativa é saber o que realmente aconteceu”, declarou.
JUSTIÇA
O estudante Caio Vinicius disse que todos querem justiça e que não se pode banalizar a vida. “Hoje a vida não vale nada. Mata-se pelo prazer de matar. O que aconteceu com o nosso amigo foi uma injustiça, foi um ato covarde e queremos que tudo seja esclarecido pela polícia”.
O CASO
O corpo de Sérgio Gonçalves Lima, 22, foi encontrado com ferimentos na cabeça e nas costas e com maxilar quebrado em uma estrada de terra, no o Jardim Embaré. A morte está sendo investigada pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que trabalha com a hipótese de homicídio, e os seguranças são os principais suspeitos.
A polícia já ouviu 11 testemunhas do caso e descartou a hipótese de atropelamento. Segundo o delegado Gilberto de Aquino, o jovem estava em uma formatura e foi expulso por um segurança após se envolver em uma discussão com um casal. No dia do crime os seguranças disseram que o rapaz não estava no local por estar sem os trajes exigidos, mentindo para a polícia. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou que ele teve traumatismo craniano e hemorragia interna na região lombar dorsal.
