São Carlos tem segundo maior crescimento de mortes por Covid-19
Município teve aumento de 6,67% no número de pessoas que morreram de coronavírus
Monitoramento feito pela SP Covid-19 Info Tracker, plataforma desenvolvida por cientistas da USP e da Unesp, mostra que São Carlos é o município com o segundo maior crescimento do número de óbitos.
De acordo com a plataforma, o aumento no número de pessoas que morreram de coronavírus foi de 6,67%, em comparação dos últimos sete dias com os outros sete anteriores.
O crescimento local foi menor apenas do que o de Itapeva, cidade que teve 28% de aumento. Em São Carlos, o número de mortos por Covid-19 passou de 60 para 64 na soma do intervalo de sete dias subsequentes. A contagem leva em consideração os casos ocorridos até 7 de dezembro.
Nos dados que mostram os municípios com maior crescimento de casos nos últimos sete dias, a ferramenta indica que São Carlos teve 5,3% mais casos na última semana. Passou de 4.232 casos nos sete dias antecedentes para 4.625 para os últimos sete dias. Foi o décimo sexto município em crescimento de número de casos de Covid-19.
Um número preocupante que demonstra uma taxa de transmissão (Rt) acelerada para a região de Araraquara que está em 1,47, isto é, cada 100 habitantes podem transmitir o vírus para 147 pessoas, de acordo com o SP Covid-19 Info Tracker. Assim, quando esse número é menor ou igual a 1, espera-se queda no número de casos. E, quando maior que 1, espera-se um aumento exponencial no número de casos – é uma bola de neve como a dívida de um cartão de crédito não pago.
Outro dado importante da plataforma é de que São Carlos está aumentando a testagem. Atualmente ocupa a 28ª posição entre os municípios com maior crescimento de testes nos últimos 7 dias no Estado. Aumentou de 21.334 testes nos 7 dias atrás para 22.122 testes realizados até ontem (8), crescimento de 3,69%.
O secretário Municipal de Saúde, Marcos Palermo, confirma que o município está testando mais e que as mortes por Covid-19 são em sua maioria pessoas idosas. “Nós começamos a testar mais a população, portanto, temos mais casos confirmados, porém o município tem uma taxa de ocupação bem baixa de leitos especiais para a doença em torno de 38%. Agora com relação as mortes por coronavírus, na maioria são pessoas idosas e provavelmente com comorbidades. O índice de mortalidade é baixo, no final de novembro o número total de mortes era de 58 e no início desse mês teve um aumento de 6 mortes, passou para 64 óbitos”, ressalta.
Palermo disse que o Centro de Triagem de Doenças Respiratórias foi um avanço para o município no combate da disseminação do coronavírus por pessoas com suspeita da doença. “O centro foi uma medida muito importante para o município, porque você evita pessoas contaminadas com o vírus de entrar em contato com pessoas com outras comorbidades, por exemplo um cardíaco. Portanto, o centro atende exclusivamente doenças respiratórias e positivados ou suspeitos, com isso ajuda o município a proteger a população de pessoas com a Covid-19 e também o pessoal da saúde”, afirma.
De acordo com o secretário Palermo, as pessoas estão circulando mais, principalmente pessoas de 20 a 39 anos, que são as pessoas que estão sendo mais contaminadas pelo coronavírus, porque são frequentadores da noite. Então, as pessoas estão cada vez mais vulneráveis e acaba propiciando a disseminação e aumentando a contagem viral.
Ele reafirma que a pandemia continua, mesmo com a sinalização pelo Estado de uma campanha de vacinação. “Ainda não estamos seguros, mesmo com o anúncio de uma campanha de vacinação, as pessoas tem que entender que o uso de máscara, manter a distância entre as pessoas e higienizar as mãos, são medidas que continuam necessárias para a prevenção da doença, porque ainda estamos vulneráveis a Covid-19”, finaliza.
Alerta vermelho: média móvel de casos volta a subir na cidade
Segundo o painel MonitoraCovid-19, plataforma desenvolvida pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), a média móvel de 7 dias do município de São Carlos deu um salto de 29 (29 de novembro) para 49 casos novos (6 de dezembro), veja os dados no gráfico.
A “média móvel de 7 dias” faz uma média entre o número de mortes do dia e dos seis anteriores. Ela é comparada com média de duas semanas atrás para indicar se há tendência de alta, estabilidade ou queda. O cálculo é um recurso estatístico para conseguir enxergar a tendência dos dados abafando o “ruído” causado pelos finais de semana, quando a notificação de mortes se reduz por escassez de funcionários em plantão.
Os dados do MonitoraCovid-19 são confirmados pelo Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência em Saúde (SCIRAS) da Santa Casa. De acordo com o SCIRAS, a média móvel de casos de COVID-19 em São Carlos vem subindo desde o último feriado prolongado.
De 9 de março a 13 de julho, a média móvel de São Carlos foi aumentando paulatinamente até chegar ao índice 30 (o que significa 30 novos casos de COVID-19 registrados, em média, por dia). De agosto a 26 de outubro, a média móvel oscilou entre 12 e 30. No dia 2 de novembro, o índice caiu para 3 (por conta do feriado prolongado, não foram feitos testes). De lá para cá, a média móvel disparou, chegando a 32 no dia 29 de novembro.
“Os números começaram a subir logo depois do feriado prolongado de Finados e aniversário de São Carlos, provavelmente porque muita gente viajou ou passou a folga em lugares com aglomeração. E a gente sente os reflexos disso agora. Assim como em outras cidades do interior e também na capital paulista, onde já houve aumento das internações. Então, não é hora de relaxar e sim de reforçar as medidas de segurança, como uso de máscara, higiene das mãos e distanciamento social”, explica a infectologista e coordenadora do SCIRAS/Santa Casa, Carolina Toniolo Zenatti.
Já o Hospital Universitário Profº. Dr. Horácio Carlos Panepucci da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar) informa que até ontem (8), 24 pacientes estão internados, sendo 17 em enfermaria (destes, 3 confirmados para a doença ) e 7 na UTI (os 7 confirmados para a doença), com uma taxa de ocupação de 70% dos leitos de UTI Covid.
