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Solidariedade faz parte da sobrevivência em grupo

09/03/2013 14h42 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Solidariedade faz parte da sobrevivência em grupo

 

No último ano e já no início deste, a cidade de São Carlos foi testemunha de grandes atos coletivos de solidariedade. Atos que não só sensibilizaram diferentes classes sociais e faixas etárias da população local, como também regional e até nacional, como foi o caso da pequena Caliane Boni Roque da Silva, de 11 anos.

Este caso repercutiu no país após Caliane conseguir o tratamento no Hospital Sírio-Libanês, na capital; na ocasião a imprensa paulistana cobriu a primeira cirurgia que a paciente tentaria para reverter o problema de não conseguir se alimentar pela boca.

Outro caso recente que a cidade pode acompanhar foi o do professor de Educação Física, Renato Cordeiro Meca, de 33 anos, que sofreu um acidente grave de moto na Indonésia e a família se mobilizou para arrecadar dinheiro para trazê-lo de volta ao Brasil e continuar com o tratamento de recuperação.

Os dois casos foram mobilizados com ajuda de amigos e familiares, pedágios solidários, campanha nas redes sociais e divulgação pela imprensa local, que ajudaram na arrecadação de dinheiro.

De acordo com o doutor em Sociologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador do Núcleo de Educação à Distância da Uniara, Edmundo Alves de Oliveira, a solidariedade vem desde os primatas, quando ao perceber que eram mais frágeis que os animais em força e proteção de pelagem se uniam para se igualar ao oponente. Ou seja, para sobrevivência da própria espécie, a solidariedade era praticada em grupo.

Com a evolução, o homem desenvolve o raciocínio e passa a criar a sua própria identidade, reconhecendo-se como sociedade de características comuns. Neste momento a sensibilidade e empatia pelo próximo ficam mais aferidas.

“Perceber que a dor do outro pode ser a nossa em algum momento faz com que o ser humano tenha comoção pelo problema do próximo e tente ajudá-lo como assim que deseja que o próximo o ajude quando precisar” explica o sociólogo.

O nascimento dos quadrigêmeos, no ano passado, trouxe à tona a solidariedade são-carlense novamente. A mãe Simone do Valle Camargo, de 30 anos, que mora na periferia, ganhou uma casa própria e diversas doações de leite, fraldas, entre muitos outros produtos para os recém-nascidos.

A dona de casa Márcia Abondancia, de 47 anos, arrecada doações de cabelo para confeccionar perucas e depois doá-las a mulheres e crianças com câncer submetidas à quimioterapia e que perdem o cabelo durante o tratamento.

Instintivamente as pessoas passaram a definir e limitar o sentimento de solidariedade, de acordo com as características sociais que as aproximem, como exemplo, são-carlenses se solidarizam mais com são-carlenses. “Quanto mais próximo a nossa realidade mais comovidos ficamos”, comenta Oliveira.

Os motivos de comoção na sociedade agem diretamente na promoção de solidariedade, casos envolvendo crianças, idosos, acidentes e doenças comovem mais, pois identificamos como pessoas frágeis e casos imprevisíveis.

O sociólogo lembra que convivendo em sociedade as pessoas também desenvolveram o caráter individualista, usado em situação na prioridade de benefícios próprios. Porém, mesmo o individualismo fazendo parte da sociedade, é impossível os indivíduos deixarem de se relacionar em grupo diante das necessidades de sobrevivência e convivência, na sociedade moderna definimos este relacionamento como ‘network’.

“Sempre nos momentos de dificuldade buscaremos a colaboração de pessoas e seus contatos em redes que nos ajudem a suprir as necessidades”, finaliza Oliveira

 

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