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Clarissa acredita no esporte como ascensão social

28/06/2013 16h31 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Clarissa acredita no esporte como ascensão social

Nascida em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, em 1988, Clarissa Cristina dos Santos se tornou rapidamente uma das referencias na seleção brasileira de basquete feminino comandada pelo técnico Luiz Augusto Zanon. É o que afirmou o próprio técnico no período de treinamentos em São Carlos.

 

Neste domingo, 30, a equipe segue para a China jogar um torneio amistoso e na sequência vai para a Argentina, onde disputará o 33º Campeonato Sul-Americano entre os dias 23 e 27 de julho.

Clarissa saiu do Rio de Janeiro aos 19 anos, jogou basquete em Portugal, voltou para o Brasil defendendo o Catanduva (SP). Atualmente a pivô de 1,87 joga pelo Unimed/Americana (SP). A carioca que defendeu o Brasil nas Olimpíadas de Londres (2012), falou em entrevista exclusiva ao Jornal Primeira Página sobre o esporte como ascensão social e o basquete no cenário nacional entre outros assuntos.

 

Jornal Primeira Página: Você começou no atletismo e migrou para o basquete, como se deu essa mudança?

Clarissa: Dividi meu tempo entre as duas modalidades até os 18 anos, no Centro Esportivo Miécimo da Silva, no Rio de Janeiro. O basquete solicitava mais o meu tempo, com viagens e jogos, e o atletismo acabou ficando de lado. O basquete quem me escolheu.

 

PP: Qual é a importância do esporte e do basquete na vida das crianças?

Clarissa: O esporte é fundamental. No RJ participei do CUFA (Central Única das Favelas), um projeto de inclusão social através de várias esferas. Muitas crianças que estão nessas áreas de risco, que poderiam seguir na vida do crime, lá são bem encaminhadas através do esporte. O basquete brasileiro está tendo mais visibilidade, e assim as crianças acabam descobrindo que podem ser atletas sem serem apenas jogadores de futebol. Quando comecei no esporte ganhei bolsa de estudo em colégio particular, o que me fez pensar que mesmo se eu não fosse uma atleta de ponta, o esporte seria a maneira para eu conseguir estudar, concluir o ensino médio e ingressar em uma faculdade. Ou seja, não é necessário ser uma superatleta, mas através do esporte é possível vencer na vida.

 

 

PP: Com a confirmação das Olimpíadas no Rio você acredita que aumentou a prática de modalidades não populares no Brasil?

Clarissa: Com certeza. E acredito que tem que acontecer assim, se a gente quer estar entre os primeiros no quadro de medalhas, tem que investir em outras modalidades. Além do futebol já temos o vôlei, que vem crescendo faz alguns anos, é um dos esportes mais vistos pelo brasileiro. O basquete masculino também, que inclusive está passando em canal aberto na televisão. Isso é muito importante para a divulgação das modalidades, e com mais visibilidade tem mais investimento, patrocínios, que ajudam a crescer o esporte e faz com que as crianças começarem a praticar. Até 2016 espero que melhore, e depois das Olimpíadas que continue essa expansão da prática esportiva no Brasil.

 

PP: Como você vê a condição de trabalho para atletas profissionais do basquete feminino no Brasil?

Clarissa: Joguei em Portugal e não é diferente. Em outros países o investimento é feito de forma igual entre as mais diversas modalidades, ou pelo menos eles tentam. O Brasil parece que está tentando fazer assim também. Tem muito profissional na área do basquete querendo trabalhar, o que falta é investimento. Querendo ou não o que movimenta o esporte é o dinheiro.

 

PP: Segundo o técnico Zanon você é uma referencia na Seleção. Como você se comporta tendo essa responsabilidade?

Clarissa: Posso ter um pouco mais de experiência do que algumas garotas que estão aqui [na seleção], mas não me vejo como “a referência”. Tenho muito que aprender, inclusive com as meninas que estão chegando agora na seleção. Conviver em grupo é assim, vamos aprendendo juntas, trocando experiências e dividindo responsabilidades. O basquete é um esporte coletivo, o que eu posso passar para elas de melhor eu passo, o que elas têm de melhor para me passar eu recebo, e com essa troca vamos crescendo juntas, que é o mais importante.

 

PP: Dentro da Seleção, quais são seus objetivos?

Clarissa: Quero estar sempre na seleção, treinar forte diariamente e ser campeã de tudo que for possível. Estamos trabalhando forte para vencer os campeonatos que estão por vir, um de cada vez, sem atropelar nenhum.

 

PP: Já está com a cabeça nas Olimpíadas?

Clarissa: Está muito longe, tenho que trabalhar muito até lá. Claro que ser campeã Olímpica é o sonho de qualquer atleta, mas até lá tenho muito que trabalhar. Então vou seguindo, com um pé em cada degrau, um por vez, para chegar no Rio 2016 forte e consciente para fazer um bom trabalho.

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