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Construindo com economia

25/05/2017 11h24 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Construindo com economia

Para o leitor de classe média e baixa que está construindo a casa própria, parece  que vou sugerir o óbvio. Na verdade, vou falar de língua, que também utiliza “construção” para designar a junção de duas ou mais palavras, sintática e semanticamente ajustadas, para exprimir uma ideia. Imagine, o leitor, quanta economia na linguagem informal representa um “tô” (eu estou) quando alguém lhe pergunta: “Você está preocupado com a situação política do seu país?”. 

Antes que o hipotético interrogado acrescente um adendo com palavrão, vou derivar para um enfoque mais sofisticado bastante comum e necessário na norma culta. Quando um professor de português fala de orações subordinadas ( adjetiva, substantiva, adverbial), é fundamental que ele  as associe com os termos-base correspondentes. Seguem alguns exemplos de cada uma delas e dos termos-base:

1-As pessoas (que não se conformam com a própria situação) é que devem buscar solução./As pessoas (inconformadas com a própria situação)é que…..

2- (Quem se interessa por leitura) aprimora a linguagem./ (Os interessados por leitura) aprimoram a linguagem.

3- Caminhar (assim que amanhece o dia) é mais saudável./ Caminhar (logo de manhã) é mais saudável.

Além do aspecto econômico, a transformação das orações nos seus correspondentes nominais , muitas vezes, evita uma repetição de “quês” estilisticamente desagradável. Comparem o original com a sua reescritura deste período: “Pedi às pessoas que me ouviam que não distorcessem depois o que tinha afirmado”/ “Pedi aos meus ouvintes que não distorcessem depois minhas afirmações.” Certamente a economia valeu, quer no gasto, quer no estilo. Isso não impede que o esbanjamento retórico , próprio da oratória , gaste os “quês”que achar necessários para convencer os ouvintes. Quantas vezes já ouvimos isto: “Espero que minhas palavras tenham agradado vocês aqui apresentes; que seu conteúdo não tenha destoado , pelo menos, do que pensa a maioria; que a minha mensagem….; que…; que…. A ressonância dos “quês” ajuda a enfatizar o conteúdo. Positivamente, ou negativamente.

(*) Professor de português e revisor de textos.

 

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