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Atores relembram histórias do teatro amador de São Carlos

15/07/2013 22h21 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Atores relembram histórias do teatro amador de São Carlos

Na época em que as televisões ainda não dominavam os lares dos brasileiros, o teatro amador era uma das opções culturais de grande sucesso, principalmente no estado de São Paulo, onde os grupos, bem articulados e incentivados por recursos do governo, fortaleciam o movimento teatral.

Na década de 60, um dos pioneiros do movimento em São Carlos foi Angelo Bonicelli, que recorda com carinho daquela época. “O teatro amador em São Carlos recebeu muita verba dos ditadores. Quero dizer, nosso trabalho era tão importante que não foi à revolução de 64 que impediu nosso trabalho. Continuamos abrindo a boca para falar o que queríamos, e eles pagavam nossas contas em dia. Apanhamos sim da ditadura, mas não parávamos!”, relembra o artista, que afirma que os militares justificavam as agressões falando que os artistas da cidade usavam camisa vermelha. “Mas não éramos comunistas, nós simplesmente éramos do teatro”, explica.

Bonicelli afirma que começou no teatro através do SESI, na década de 1950, quando o então diretor Francisco Marmorato o convidou para fazer teatro amador. “Infelizmente Deus não quis que eles estivessem aqui agora, mas foi ele [Marmorato] que me deu a possibilidade de fazer algo em termos teatrais”, e ainda relembrou de tantos outros nomes: Névio Dias, Dagoberto Rebuci, que foi um dos pioneiros no Teatro do Absurdo no estado, Dirce Semensato, Celso Cargarela, Sandra César. “São tantos nomes, queria não esquecer de nenhum deles. Lembrar dessas pessoas é dizer muito obrigado, saber que foram importantes”.

Bonicelli esteve na redação do Jornal Primeira Página acompanhado de Getúlio Alho, arquiteto, ex-diretor do Teatro Municipal de São Carlos. Juntos, relembraram algumas passagens que ficaram marcados na história de São Carlos. “Lembro da inauguração oficial do Teatro Municipal, em 1969, com o espetáculo Esperando Godot, com Cacilda Becker e Walmor Chagas, e direção de Flávio Rangel. Aquela peça abriu as portas para os nossos festivais no Teatro. Tanto é que certa vez tivemos a presença de dois governadores, juntos, sentados um ao lado do outro: Laudo Natel e Abreu Sodré”.

Nos anos 2000 Getúlio Alho e Angelo Bonicelli fundaram o grupo Casa Velha. Atualmente, os dois senhores estão encenando A Sereníssima República, conto de Machado de Assis. “Já apresentamos a peça em várias cidades. Em São Carlos estaremos novamente em cena dia 8 de agosto, na Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda”.

 

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