Frio, Neuer pode fazer diferença para segurar Argentina
Os goleiros são admirados na Alemanha e essa é boa notícia para Manuel Neuer, a última linha de defesa cuja série de excelentes desempenhos ajudou a seleção alemã a chegar à primeira final de Copa do Mundo em 12 anos.
O goleiro do Bayern de Munique tomou apenas quatro gols nas partidas que participou, à medida que a Alemanha progrediu impressionantemente em vários jogos, chegando à final de domingo contra a Argentina no Maracanã.
Neuer apreciou boa parte dos holofotes não apenas por conseguir fechar seu gol mas pelo jeito que ele atua afastando o perigo na defesa mesmo antes de a bola chegar ao gol, atuando quase como um líbero.
Na apertada partida com a Argélia na segunda rodada, Neuer passou grande parte do jogo for a de sua área, afastando os longos lançamentos com chutões, cortando passes dos atacantes e até mesmo, em algumas ocasiões, correndo mais do que os atacantes adversários.
Seu posicionamento exemplar e sua presença imponente ajudaram os alemães nessa formidável campanha até agora.
“A Argélia frequentemente conseguia evadir nosso jogo de pressão ao disparar longas bolas e eles fizeram isso muito bem, porque parecíamos vulneráveis”, disse o técnico alemão Joachim Loew após o jogo.
“Foi bom que Manuel estava lá para ajudar na zaga, isso faz parte de seu jogo. Haverá partidas como essa em torneios e você precisa lutar.”
Neuer não é o primeiro goleiro a ficar famoso por ousadas excursões para fora da área. O peruano Ramón Quiroga na Copa de 1978, e o colombiano René Higuita, em 1990, chamam a atenção com seus estilos expansionistas.
Mas, embora Quiroga tenha sido advertido com cartão amarelo após derrubar um adversário polonês quase no campo de ataque de seu time, e o avanço de Higuita ao meio de campo contra Camarões tenha sido catastrófico, com a desclassificação de sua seleção, Neuer nunca pareceu correr perigo de ser pego de surpresa, fora de sua posição.
O ex-meia alemão Mehmet Scholl o chama de “Cubo de Gelo” por conta de sua frieza sob pressão, ao passo que Oliver Kahn, goleiro que foi capitão da Alemanha da última vez que chegaram à final da Copa, em 2002, elogiou suas habilidades na linha assim como no gol.
“Todos sabem que ele é um ótimo jogador que pode jogar muito bem”, disse Kahn. “Mas o que é crucial é que em importantes situações ele pode salvar a vitória. É nisso que ele será avaliado.”