Holocausto Brasileiro fala sobre as mortes ocorridas no maior hospício do Brasil
A autora Daniela Arbex acaba de lançar o polemico livro “Holocausto Brasileiro” pela Geração Editorial. A obra em gênero reportagem conta a terrível história do hospício de Barbacena, em Minas Gerais onde cerca de 60 mil pessoas foram internadas à força e posteriormente torturadas, violentadas e mortas sem que ninguém se importasse com seu destino.
Eram apenas epilépticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas pelos patrões, mulheres confinadas pelos maridos, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento.
Ninguém ouvia seus gritos. Jornalistas famosos, nos anos 60 e 70, fizeram reportagens denunciando os maus tratos. Nenhum deles, como faz agora Daniela Arbex, conseguiu contar a história completa. O que se praticou no Hospício de Barbacena foi um genocídio, com 60 mil mortes. Um holocausto praticado pelo Estado, com a conivência de médicos, funcionários e da população.
A sociedade prefere que seus indesejáveis sejam tirados da frente de seus olhos. Não enxergar, para muitos, ainda é solução. E esta é uma das razões pelas quais a tese do encarceramento sempre encontra ampla ressonância. E muitas vezes o genocídio dos indesejados é prática adotada pelo Estado.
“O descaso diante da realidade nos transforma em prisioneiros dela. Ao ignorá-la, nos tornamos cúmplices dos crimes que se repetem diariamente diante de nossos olhos. Enquanto o silêncio acobertar a indiferença, a sociedade continuará avançando em direção ao passado de barbárie. É tempo de escrever uma nova história e de mudar o final”, Daniela Arbex”.