Israel Jorge lança o livro “40 Rinocerontes”
O escritor Israel Jorge lança hoje (26), seu livro de crônicas “40 Rinocerontes”, que aborda temas como literatura, política, arte, entrevistas, viagens, futebol e outros. O lançamento será na Livraria Nobel, no Shopping Iguatemi São Carlos, a partir das 19h30. O livro foi publicado pela Editora Riani Costa
A ideia de escrever o livro surgiu quando Israel Jorge resolveu reunir suas crônicas publicadas no jornal Primeira Página, no período entre 2007 e 2011, ele conta como foi o processo de criação do livro e qual seu significado. “A ideia do rinoceronte surgiu quando já planejava reunir em livro algumas das crônicas publicadas no jornal. Ao ler ‘Ortodoxia’, de Gilbert Chesterton, em que me deparei com um trecho interessante: ‘Uma coisa é descrever uma entrevista com uma górgona ou um grifo, criaturas que não existem; outra coisa é descobrir que o rinoceronte existe e depois sentir prazer pelo fato de que ele parece um animal que não existe’, Chesterton não estava falando de literatura, mas identifiquei nessa comparação a diferença entre crônicas e textos de ficção”, afirma.
“Crônicas são impressões e reflexões a partir de situações reais, mas que de tão inusitadas parecem ficcionais. A mesma ideia do rinoceronte de Albrecht Dürer (1515), que ilustra a capa do livro”.
Ele conta que desde o Império Romano, não se viu na Europa um rinoceronte vivo até que o Rei de Cambaia presenteou Manuel I com o que chamavam de “unicórnio”. O Rei de Portugal, então, enviou o animal ao Papa Leão X, mas o navio afundou. Dürer não chegou a ver o rinoceronte, e desenhou com base em descrições e rascunhos alheios. Sua xilogravura, porém, apesar das incorreções anatômicas, permaneceu como modelo até o século XVIII e influenciou profundamente o imaginário europeu. “É um marco artístico que reforça a metáfora: crônicas são unicórnios que existem. No livro, há quarenta crônicas ou quarenta rinocerontes”.
Os temas abordados no livro são diversos, com relação às entrevistas, o autor destaca uma conversa com Daniel Piza, editor e colunista paulista do jornal O Estado de São Paulo, falecido no final 2011. O objetivo de Israel é que os leitores possam se reconhecer nas crônicas e refletirem bastante.
O são-carlense começou a escrever em jornais durante a faculdade em Franca e seus artigos eram sobre Direito e Política Internacional. “Não tive berço literário e nem sabia diferenciar uma crônica de um conto. Aos poucos, fui introduzindo um lado mais pessoal e descontraído nos artigos e, descobri a crônica”, afirma Israel.