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Obra literária resgata trajetória de David Schneider

12/03/2014 07h50 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Obra literária resgata trajetória de David Schneider

Antropólogo norte-americano nascido em Nova York, escritor de importantes obras sobre antropologia, David Schneider, que viveu entre 1918 e 1995 foi um dos nomes expoentes da antropologia simbólica americana.

 

Pouco conhecido no Brasil, o personagem fora escolhido pelo professor do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, Igor José de Renó Machado,  que destaca sua teoria do parentesco e influências na antropologia contemporânea no livro “A antropologia de Schneider: pequena introdução”, que será lançado nesta quarta-feira, 12, a partir das 21h30, no Almanach.

O professor destaca que é importante relembrar a trajetória de Schneider devido suas oposições e críticas irônicas aos modelos antropológicos que pavimentaram um novo caminho para a ciência do século 21. “De forma bem genérica, poderíamos dizer que ele elaborou um modelo de crítica cultural que coloca em questão as próprias categorias que os antropólogos usam para pensar os outros. Isso abriu caminho para uma atenção mais detida às categorias nativas como parte da explicação antropológica.

Antropólogos como Marilyn Strathern e Roy Wagner, muito importante hoje em dia, são muito inspirados na crítica cultural de Schneider”.

Ele contou que a ideia de produzir a obra sobre o personagem, se deu pelos estudos da relação entre parentesco e migrações. “Comecei a ler intensamente o trabalho de Schneider e descobri que ele era pouco conhecido no Brasil. Não há nada traduzido, por exemplo. Comecei dando uns cursos na pós-graduação em Antropologia Social sobre a teoria do parentesco a partir do trabalho de Schneider e isso naturalmente foi virando um livro”, relembra.

Machado destaca que a produção de Schneider é fundamental para a antropologia contemporânea. “Ele foi muito importante para o fortalecimento de teorias feministas, pois a desnaturalização que promoveu das relações biológicas e da própria natureza do parentesco permitiu uma leva de estudos sobre um parentesco não biológico ou não determinado pela biologia. Era possível questionar certos mitos, como a da “disposição natural” da mulher para a maternidade, por exemplo.

Além disso, o modelo de questionamento dos modelos tem sido amplamente usados por muitos antropólogos hoje em dia”, finaliza.

O Almanach fica na Av. São Carlos, 2338. Informações (16) 3413-2753

 

Ficha Técnica

 

Machado, Igor José de Renó

A antropologia de Schneider: pequena introdução. São Carlos :

Edufscar, 2013. 117 pg

 

isbn 9788576003366

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