Comércio ainda tem eletrodomésticos com IPI zero
Até junho de 2013, os consumidores continuarão a comprar automóveis, eletrodomésticos da linha branca (fogões, tanquinhos, máquinas de lavar e geladeiras) e móveis com desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O governo federal prorrogou a desoneração para esses produtos por mais seis meses.
Esta semana alguns produtos eletrodomésticos da linha branca ainda estão com o imposto zero como afirmou o gerente de vendas da Loja Colombo, Rafael Sitolin. “Mas a mercadoria que chegou nos carregamentos de ontem já veio com aumento de preço. Mas como a reposição do IPI será gradual o aumento também não é tão grande assim”, disse.
Sorte, como ela mesma definiu, teve a professora aposentada Márcia Arruda, de 67 anos que trocou o fogão por um modelo de cinco bocas ainda com o preço antigo. “Consegui economizar perto de R$ 350,00. Pesquisei bastante até encontrar uma loja que tinha no estoque o fogão com imposto zero”, afirmou.
Não teve a mesma sorte o metalúrgico Josias Mello que na compra de um freezer para a casa do sítio deixou de ter descontado perto de R$ 450,00. “Se eu tivesse procurado o mesmo produto na semana passada pagaria perto de R$ 950,00. Hoje (ontem) ficou em R$ 1.399,00”, relatou ao reclamar que o churrasco acabou ficando comprometido na estreia do aparelho em sua casa.
O gerente de vendas da Loja J. Mahfuz, Fabrício Dantas, disse que alguns produtos ainda podem ser comprados com a taxa do IPI zero. Ele exemplifica nesta lista dos produtos básicos os tanquinhos de lavar roupa, lavadoras de roupa e geladeiras. “Mas acredito que até o final da semana todo o estoque já estará com preços aumentados”, afirmou.
Alguns produtos, contudo, foram mantidos pelo governo federal com IPI zerado por tempo indeterminado. As máquinas de lavar e os papéis de parede, cuja alíquota permanecerá em 10%. Sobre as máquinas de lavar, o ministro da Fazenda Guido Mantega alegou que a mercadoria deixou de ser considerada bem de luxo. “O país ainda tem 50% das residências sem máquinas de lavar, que viraram objeto de desejo das famílias de menor renda”, explicou.
No caso da linha branca e de móveis, painéis e laminados, as alíquotas atuais permanecerão em vigor até o fim de janeiro. De fevereiro a junho, haverá a cobrança de alíquotas intermediárias. Para os veículos, a recomposição do imposto se dará em duas etapas: as alíquotas subirão em janeiro, em abril, até alcançarem os patamares normais em julho.
De acordo com o ministro, o governo deixará de arrecadar R$ 3,263 bilhões com a prorrogação do IPI reduzido. Do total, R$ 2,063 bilhões se referem à desoneração dos automóveis, R$ 650 milhões aos móveis e painéis e R$ 550 milhões aos produtos da linha branca.
Na avaliação de Mantega, as desonerações foram necessárias para reativar o consumo. “Se o governo não tivesse reduzido os impostos, as vendas teriam sido 30% a 40% menores do que foram. No caso do setor automobilístico, as vendas se intensificaram a partir de julho e se mantiveram em níveis acima dos registrados no primeiro semestre”, ressaltou.
