Comércio de bebidas sente efeito do IPI

27/09/2012 13h11 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação

Em 31 de março deste ano, o Governo Federal publicou no Diário Oficial mudanças no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidia sobre as chamadas bebidas frias (refrigerantes, cervejas, águas gaseificadas…). Na época, os fabricantes calculavam um aumento de 27% sobre as cervejas e 10% sobre os refrigerantes. O prazo para entrada em vigor do novo cálculo desse imposto é 1º de outubro, mas aumento de preços já é sentido por distribuidoras de bebidas.   

“Não sei qual o percentual de aumento, que ainda não aconteceu aqui, mas ele vai acontecer. Esperamos que não seja muito, já que o consumidor final é o prejudicado”, diz Márcio Brandão, sócio-proprietário da 3M Distribuidora.

“Uma indústria aumentou 10%, outra 20%. Algumas coisas vão subir, mas só a partir de outubro”, diz Guilherme Melo, sócio-proprietário da Guigasbebidas.

Leandro Carvalho, da cervejaria Bebidas.com, diz: “Aumentou, sim. O preço da caixa de cerveja aumento 7 reais. Sentimos diminuição do consumo, sim, porque aumentam os preços mas não os salários. Quem bebia duas, começa a beber uma e meia. Vi outro dia que o preço da cerveja é 54,8% de imposto”, afirma.   

“Houve aumento, sim, de 10,8%, que eu repassei sem lucro. O que significa que ganhei só no estoque, que já estava comprado. Pra se ter uma ideia, em novembro de 2011 eu comprava a caixa de cerveja por R$ 45. Hoje pago R$ 78,80”, diz proprietário de um bar no centro que preferiu não se identificar. E segundo ele, as perdas já são sentidas: “Por exemplo: um cliente que vinha aqui, tomava 3 cervejas e comia uma porção, agora vem, toma 2 cervejas e só come porção se tiver alguém com quem dividir, se não, não. Antes eu vendia 3 caixas por dia, e 8 no fim de semana. Hoje, tem final de semana que eu vendo 3 caixas”.

Donos de dois estabelecimentos ouvidos pela reportagem disseram não ter sentido qualquer alteração de preços.