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Copom reforça que Selic ficará estável por bastante tempo

06/12/2012 15h38 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Copom reforça que Selic ficará estável por bastante tempo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira, 6, por meio de sua ata, que o cenário prospectivo para preços é favorável e reafirma que a inflação tende a se deslocar na direção da trajetória das metas, “ainda que de forma não linear”, ao mesmo tempo em que transmitiu a mensagem que os juros permanecerão estáveis por período prolongado.

Analistas consultados pela Reuters avaliaram que o documento foi bastante parecido com o anterior, divulgado em outubro, reforçando a perspectiva de que a Selic ficará na atual mínima histórica de 7,25 por cento ao longo de 2013 e até em parte de 2014.

Mas já projeções de que, por conta da economia ainda muito fraca, que apontam para reduções na Selic no futuro. As equipes de economistas do Santander, do Barclays e do Itaú BBA, por exemplo, apostam na taxa em 6,25 por cento ao ano.

“A projeção para a inflação não está aumentando, isso fortalece a avaliação de que a Selic ficará em 7,25 por cento em 2013 e 2014. Mas, se em algum momento houver espaço, o BC pode reduzir os juros ainda em 2013”, comentou o economista-chefe da Planner Consultoria, Eduardo Velho, referindo-se ao comportamento da economia que, no terceiro trimestre, cresceu minguados 0,6 por cento. .

Na ata, o Copom avalia que o cenário prospectivo para a inflação apresenta sinais favoráveis e reafirma sua visão de que “a inflação acumulada em doze meses tende a se deslocar na direção da trajetória de metas, ainda que de forma não linear”.

O BC também voltou a reiterar que a taxa básica de juros ficará estável por um bom tempo. “…a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta”, informou a ata.

Na semana passada, o Copom manteve a Selic na mínima histórica de 7,25 por cento ao ano, encerrando o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto de 2011 e que eliminou 5,25 pontos percentuais da Selic em dez cortes seguidos. O último movimento foi em outubro, quando a taxa foi reduzida em 0,25 ponto, para o atual patamar, em uma decisão dividida entre os membros do Copom.

O objetivo foi estimular a cambaleante economia brasileira, afetada pela crise internacional. O BC ajusta agora o rumo de sua política monetária de olho na inflação que, apesar de recentemente mostrar sinais de arrefecimento, ainda deve ficar bem acima do centro da meta do governo – de 4,5 por cento pelo IPCA – neste e no próximo ano.

O Copom elevou a projeção de inflação para 2012 tanto pelo cenário de referência quanto de mercado, e ambos encontram-se acima do centro da meta, de 4,5 por cento pelo IPCA. Na ata de outubro, as estimativas haviam sido mantidas, mas acima do centro da meta.

Já para 2013, a autoridade monetária manteve suas estimativas para inflação nos dois cenários, mas também acima do centro da meta. No documento anterior, o Copom havia reduzido suas perspectivas de inflação, apesar de estarem acima da meta.

Somente em 2014, o BC estima que a inflação ficará em torno do centro da meta em ambos cenários.

O economista da Link Investimento Thiago Carlos avaliou que a ata divulgada nesta quinta-feira repete a estratégia do documento anterior, indicando que a tendência é que a autoridade monetária mantenha o juro básico estável em todo o ano de 2013 e em parte de 2014.

Mas ele não descarta novos cortes no futuro. “Há a possibilidade de que o próximo passo da política monetária ser a de corte da Selic e isso estará vinculado aos dados da atividade econômica, o mercado está agora precificando isso”, comentou.

Na ata, o Copom diz que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias, e avalia ainda que a perspectiva favorável para a atividade doméstica neste e nos próximos semestres deverá ser caracterizada por diferença de crescimento entre os setores.

No aspecto fiscal, o BC considerou que a realização de superávits primários “compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação contribuem para arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta”.

Para este ano, o BC trabalha com o cumprimento da meta de 139,8 bilhões de reais com ajuste – desconto dos investimentos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) de até 40,6 bilhões de reais – e para 2013 com o cumprimento da meta cheia e sem ajuste, de 155,9 bilhões de reais.

Na ata, o BC aborda a questão do câmbio de forma implícita, comentou o estrategista-chefe da WestLB, Luciano Rostagno. “O BC apenas indicou que está de olho no preço de câmbio, mas de forma implícita e que isso não altera o cenário para a projeção de inflação convergindo para o centro da meta de forma não linear”.

No documento apresentado nesta quinta-feira, o BC manteve em zero a projeção de reajuste no preço da gasolina para 2012 e em 1,4 por cento para a tarifa de energia elétrica.

A estimativa para o reajuste dos preços administrados para 2012 foi reduzida a 3,4 por cento, ante 3,6 por cento antes, enquanto que para o acumulado em 2013 foi mantida em 2,4 por cento. Para 2014, o BC vê alta de 4,5 por cento nestes itens.

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