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Dólar sobe a R$ 2,42 e BC anuncia leilão no mercado à vista

19/08/2013 21h03 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Dólar sobe a R$ 2,42 e BC anuncia leilão no mercado à vista

O dólar norte-americano avançava quase 1 por cento ante o real na tarde desta segunda-feira, 19, influenciada pelos movimentos no exterior e pela persistente desconfiança de investidores com a economia brasileira, mesmo após o Banco Central ter realizado três leilões de swap cambial e anunciado venda no mercado à vista para terça-feira.

 

Às 16h36 (horário de Brasília), o dólar avançava 0,77 por cento, para 2,4144 reais na venda. Na máxima do dia, a divisa norte-americana chegou a subir 1,37 por cento, cotada a 2,4288 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 825 milhões de dólares.

“O próximo nível de resistência está em 2,50 reais. A alta deve-se ao ceticismo dos investidores com os nossos fundamentos… Fora do Brasil estão aparecendo oportunidades melhores, com Europa começando a caminhar e os Estados Unidos ganhando inércia. O dinheiro vai onde tem melhores rendimentos”, afirmou o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.

Para o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano, investidores também estão pressionando as cotações do dólar para elucidar a postura do BC brasileiro.

O BC realizou nesta sessão três leilões de swap cambial tradicional – equivalente a venda de dólar futuro -, sendo um de rolagem, repetindo intervenção realizada pela última vez em 31 de julho deste ano e que, antes disso, não acontecia desde agosto de 2002.

Pouco após o anúncio do terceiro leilão, a autoridade monetária divulgou que ofertará, na terça-feira, até 4 bilhões de dólares no mercado à vista com compromisso de recompra. O BC não fazia uso desse instrumento desde 20 de junho deste ano.

“Eu acho que amanhã vai ser um massacre, vão jogar a taxa de câmbio para baixo”, disse o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros, ressaltando que o leilão de linha anunciado pelo BC deve retirar, pelo menos no curto prazo, parte da pressão de fortalecimento do dólar.

Na semana passada, a divisa norte-americana avançou mais de 5 por cento ante o real. Apenas na sexta-feira, a alta foi de 2,46 por cento, devido ao mau humor de investidores com a política econômica brasileira e após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dito que o câmbio mais desvalorizado beneficia a indústria brasileira.

“O mercado está um pouco delicado e o dólar subiu além da conta, está muito alto e é lógico que tem especulação. Por isso que hoje teria espaço para cair”, afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

A alta do dólar ante o real tem sido muito mais forte do que em relação a outras moedas. Na semana passada, o dólar subiu 2,3 por cento ante o peso mexicano e ganhou 0,1 por cento em relação ao dólar australiano e ao euro.

No mercado internacional, prevalece a expectativa sobre a redução da política de estímulos feita pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, que injeta atualmente 85 bilhões de dólares ao mês nos mercados.

Com os sinais de recuperação da maior economia do mundo, o Fed – que divulga na quarta-feira a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) – também já indicou que deve começar a retirar esses estímulos, o que vai reduzir a liquidez mundial.

O cenário trazido com o Fed abalou as moedas de vários países e pesquisa da Reuters sugere que o real e o dólar australiano, que se beneficiaram em grande parte da última década do aumento dos preços de commodities, permanecerão voláteis diante de um novo cenário de política monetária nos Estados Unidos.

 

INTERVENÇÕES

O dólar abriu em forte alta este pregão, praticamente ignorando o fato de o BC ter anunciado na noite de sexta-feira a rolagem de 20 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro.

A autoridade monetária acabou vendendo o lote todo, com volume financeiro equivalente a 986,1 milhões de dólares e, assim, já rolou 40 mil contratos dos 100,8 mil que vencem no início de setembro.

Mas, antes de realizar o leilão para rolagem, o BC anunciou outra venda de swap cambial tradicional – desta vez não para rolagem. Vendeu, então, o lote integral de 40 mil contratos com vencimentos em 1º de novembro deste ano e 1º de abril de 2014. Como consequência, a moeda anulou a alta após o resultado e passou a cair, batendo na mínima de 2,3851 reais.

No terceiro leilão, realizado durante a tarde, a autoridade monetária vendeu 10,05 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de novembro de 2013 e 2,5 mil contratos com vencimento em 1º de abril de 2014. A oferta total era de até 40 mil contratos.

“Acabou fazendo preço esse lote todo que ele aceitou no leilão”, disse um operador de câmbio de banco brasileiro.

 

Diante do fator de o mercado acreditar que a moeda continuará o movimento de escalada, testando novos patamares de alta, pesquisa Focus do BC mostrou que os economistas elevaram pela segunda semana seguida a expectativa para o dólar no final deste ano, para 2,30 reais, ante 2,28 reais anteriormente. Para 2014, a projeção subiu a 2,35 reais, ante 2,30 reais.

Dólar sobe a R$ 2,42 e BC anuncia leilão no mercado à vista

19/08/2013 21h03 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Dólar sobe a R$ 2,42 e BC anuncia leilão no mercado à vista

O dólar norte-americano avançava quase 1 por cento ante o real na tarde desta segunda-feira, 19, influenciada pelos movimentos no exterior e pela persistente desconfiança de investidores com a economia brasileira, mesmo após o Banco Central ter realizado três leilões de swap cambial e anunciado venda no mercado à vista para terça-feira.

 

Às 16h36 (horário de Brasília), o dólar avançava 0,77 por cento, para 2,4144 reais na venda. Na máxima do dia, a divisa norte-americana chegou a subir 1,37 por cento, cotada a 2,4288 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 825 milhões de dólares.

“O próximo nível de resistência está em 2,50 reais. A alta deve-se ao ceticismo dos investidores com os nossos fundamentos… Fora do Brasil estão aparecendo oportunidades melhores, com Europa começando a caminhar e os Estados Unidos ganhando inércia. O dinheiro vai onde tem melhores rendimentos”, afirmou o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.

Para o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano, investidores também estão pressionando as cotações do dólar para elucidar a postura do BC brasileiro.

O BC realizou nesta sessão três leilões de swap cambial tradicional – equivalente a venda de dólar futuro -, sendo um de rolagem, repetindo intervenção realizada pela última vez em 31 de julho deste ano e que, antes disso, não acontecia desde agosto de 2002.

Pouco após o anúncio do terceiro leilão, a autoridade monetária divulgou que ofertará, na terça-feira, até 4 bilhões de dólares no mercado à vista com compromisso de recompra. O BC não fazia uso desse instrumento desde 20 de junho deste ano.

“Eu acho que amanhã vai ser um massacre, vão jogar a taxa de câmbio para baixo”, disse o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros, ressaltando que o leilão de linha anunciado pelo BC deve retirar, pelo menos no curto prazo, parte da pressão de fortalecimento do dólar.

Na semana passada, a divisa norte-americana avançou mais de 5 por cento ante o real. Apenas na sexta-feira, a alta foi de 2,46 por cento, devido ao mau humor de investidores com a política econômica brasileira e após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dito que o câmbio mais desvalorizado beneficia a indústria brasileira.

“O mercado está um pouco delicado e o dólar subiu além da conta, está muito alto e é lógico que tem especulação. Por isso que hoje teria espaço para cair”, afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

A alta do dólar ante o real tem sido muito mais forte do que em relação a outras moedas. Na semana passada, o dólar subiu 2,3 por cento ante o peso mexicano e ganhou 0,1 por cento em relação ao dólar australiano e ao euro.

No mercado internacional, prevalece a expectativa sobre a redução da política de estímulos feita pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, que injeta atualmente 85 bilhões de dólares ao mês nos mercados.

Com os sinais de recuperação da maior economia do mundo, o Fed – que divulga na quarta-feira a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) – também já indicou que deve começar a retirar esses estímulos, o que vai reduzir a liquidez mundial.

O cenário trazido com o Fed abalou as moedas de vários países e pesquisa da Reuters sugere que o real e o dólar australiano, que se beneficiaram em grande parte da última década do aumento dos preços de commodities, permanecerão voláteis diante de um novo cenário de política monetária nos Estados Unidos.

 

INTERVENÇÕES

O dólar abriu em forte alta este pregão, praticamente ignorando o fato de o BC ter anunciado na noite de sexta-feira a rolagem de 20 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro.

A autoridade monetária acabou vendendo o lote todo, com volume financeiro equivalente a 986,1 milhões de dólares e, assim, já rolou 40 mil contratos dos 100,8 mil que vencem no início de setembro.

Mas, antes de realizar o leilão para rolagem, o BC anunciou outra venda de swap cambial tradicional – desta vez não para rolagem. Vendeu, então, o lote integral de 40 mil contratos com vencimentos em 1º de novembro deste ano e 1º de abril de 2014. Como consequência, a moeda anulou a alta após o resultado e passou a cair, batendo na mínima de 2,3851 reais.

No terceiro leilão, realizado durante a tarde, a autoridade monetária vendeu 10,05 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de novembro de 2013 e 2,5 mil contratos com vencimento em 1º de abril de 2014. A oferta total era de até 40 mil contratos.

“Acabou fazendo preço esse lote todo que ele aceitou no leilão”, disse um operador de câmbio de banco brasileiro.

 

Diante do fator de o mercado acreditar que a moeda continuará o movimento de escalada, testando novos patamares de alta, pesquisa Focus do BC mostrou que os economistas elevaram pela segunda semana seguida a expectativa para o dólar no final deste ano, para 2,30 reais, ante 2,28 reais anteriormente. Para 2014, a projeção subiu a 2,35 reais, ante 2,30 reais.

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