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Economia brasileira tem contração de 1,4% em maio

12/07/2013 17h46 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Economia brasileira tem contração de 1,4% em maio

A economia brasileira registrou em maio a maior retração desde 2008, mostrou um indicador do Banco Central, pressionada pela fraqueza da produção industrial e destacando as dificuldades de uma recuperação consistente da atividade.

 

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 1,4 por cento em maio ante abril, de acordo com dados dessazonalizados, informou o BC nesta sexta-feira.

O resultado anulou a alta vista em abril, quando houve crescimento de 0,96 por cento, número revisado ante avanço de 0,84 por cento divulgado anteriormente.

E também foi bem pior que a mediana das 17 projeções de analistas consultados pela Reuters, que mostrava queda mensal de 0,90 por cento em maio. As estimativas variaram de quedas de 1,60 a 0,30 por cento.

Por conta do IBC-Br, o mercado futuro de juros, cuja maioria das taxas fechou em alta na quinta-feira com especulações de que o índice viria melhor que as expectativas, operava em queda nesta manhã.

“Basicamente não há recuperação. Essas leituras oscilantes refletem o que estamos vendo na produção industrial, mostrando que de fato, na média, não há crescimento”, disse a economista do Santander Fernanda Consorte.

A estimativa da economista é de um crescimento de 2 por cento do PIB este ano. “Mas quando se pensa na quantidade de estímulo que foi dado para a economia brasileira, era de se esperar crescimento maior”, acrescentou.

Na comparação com maio de 2012, o IBC-Br avançou 2,61 por cento e acumula em 12 meses alta de 1,89 por cento, ainda segundo o BC.

“O resultado negativo (do IBC-Br) fortalece nossa visão de que a economia brasileira carece de capacidade para crescer de maneira sustentável. Portanto, mantemos nossa visão de que o crescimento brasileiro deve permanecer reprimido por questões de oferta e não devemos ver uma recuperação sustentável à frente”, afirmou o Espírito Santo Investment Bank em nota assinada pelo economista-chefe Jankiel Santos e pelo economista sênior Flávio Serrano.

Nas contas dos economistas, foi o pior resultado desde a contração de 4,4 por cento em dezembro de 2008, no auge da crise financeira internacional.

 

INDÚSTRIA

O desempenho da indústria exerceu forte peso sobre a economia em maio, uma vez que recuou 2 por cento ante o mês anterior principalmente com a piora nos bens de capital, uma medida de investimentos.

As vendas no varejo, por sua vez, não conseguiram atenuar o efeito negativo da indústria, já que mostraram estabilidade em maio ante abril, destacando a debilidade do consumo no país, abalado pela inflação alta, num setor que vinha sendo o motor da economia.

Nas conta da economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thais Marzola Zara, se em junho o IBC-Br ficar estável, ainda assim ele apontará crescimento de 0,6 por cento no segundo trimestre ante o primeiro.

Segundo o IBGE, o PIB cresceu 0,6 por cento no primeiro trimestre deste ano, em relação aos últimos três meses do ano passado, e 1,9 por cento sobre igual período de 2012.

As expectativas do mercado para a expansão do PIB já deixaram para trás há tempos o patamar de 3 por cento, e pesquisa da Reuters divulgada na semana passada mostra projeção de crescimento de apenas 2,3 por cento este ano, ante 3,1 por cento na pesquisa publicada em abril.

 

Ao mesmo tempo, na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou em 0,5 ponto percentual o juro básico do país para 8,50 por cento ao ano, diante da necessidade de combater a inflação elevada.

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