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Resíduo é 4 vezes maior que lixo doméstico

15/09/2012 16h08 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Resíduo é 4 vezes maior que lixo doméstico

São Carlos produz 592 m³ por dia, de resíduo da construção civil, cerca de quatro vezes mais do que a quantidade de resíduos domésticos. Esses números foram apurados pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, Valdir Schalch, em parceria com o engenheiro civil, Rodrigo Eduardo Córdoba, que desenvolve tese de doutorado em hidráulica e saneamento na mesma universidade.

 

Segundo Córdoba, o volume da geração de 592 m³/dia de Resíduos da Construção Civil (RCC) foi calculado em 2009, durante estudo para o mestrado. Esse valor compreendeu no levantamento das quantidades de materiais destinados ao aterro de RCC de Cidade Aracy e Usina de Reciclagem de RCC da Prohab. “Foram também quantificados os resíduos encontrados através da limpeza de áreas clandestinas”, afirmou.

Schalch disse, durante o Ecos da Sardenha, evento em São Paulo que discutiu sistemas de gestão e tratamento de lixo em vários países, que o volume de resíduos produzidos na construção civil no País é muito elevado. Na sua opinião, não adianta pensar apenas na ampliação de aterros para o despejo, é necessário reduzir a quantidade de lixo. O setor produz de 41% a 70% do que é descartado em pequenos e médios municípios. No País, são 88 mil toneladas por dia, disse.

Na avaliação de Córdoba, a indústria da construção civil no Brasil vive, desde 2010, um momento muito especial, principalmente impulsionada pelos programas governamentais e o crescimento vertiginoso tem preocupado estudiosos da área de resíduos sólidos.

“Popularmente chamados de entulhos de obras, estes resíduos continuam a ser negligenciados pelos geradores. Falta de planos de gerenciamento nas construções, mão de obra despreparada para entender a importância de segregar os resíduos e perdas excessivas de recursos nos processos construtivos tem contribuído no aumento da produção”, explicou.

Segundo Schalch, no primeiro momento, os resíduos mais importantes para separar são os chamados de classe A, que incluem concreto, argamassa, cerâmicas e blocos. Este tipo de material representa 80% do descarte gerado pelo setor de construção e é também o que pode ser reciclado ou reutilizado com maior facilidade. “Este tipo de resíduo tem de ser separado na fonte, no início do processo para que sua reutilização não fique prejudicada”, lembra Schalch.

“Se não implantarmos sistemas para reciclar e reutilizar materiais da construção civil urgentemente, em breve não teremos onde armazenar tudo isso”, disse. Segundo ele, o problema vem crescendo nos últimos anos. De 2003 para cá, o número de pontos de descarte irregular de materiais na cidade de São Carlos subiu de 22 para 42.

De acordo com Córdoba, em São Carlos, por conta com uma legislação federal que implantou o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, existe um projeto aumentar as áreas de recebimento de pequenos volumes de “entulhos” em ecopontos que visam reduzir as áreas de descarte clandestino do município. Atualmente o município conta com seis Ecopontos.

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