Salários mínimos federal e estadual sofrem reajuste
Desde 1º de janeiro está em vigor o novo valor do salário mínimo federal, que agora é de R$ 678,00. O estadual, cujo piso é dividido em 3 faixas de acordo com a ocupação do trabalhador, está previsto para ser reajustado a partir de 1º de fevereiro e terá valores de R$ 755,00, R$ 765,00 e R$ 775,00.
A decisão de qual mínimo é base para cálculo dos salários de determinado grupo de trabalhadores depende de vários fatores, mas o impacto econômico desses aumentos será sentido no Brasil, no Estado e na cidade: “Em São Carlos, 12.840 domicílios vivem com até 2 salários mínimos. Se levarmos em consideração o salário mínimo federal, com esse aumento R$ 719.040 mensais serão injetados na economia da cidade. O agregado no ano seria de R$ 8.628.000”, afirma o economista Paulo Cereda, que completa: “E quando falamos de melhora de salário em grupos de baixa renda, o primeiro gasto é com alimentação. E quem vai sentir isso na cidade são as pessoas que vendem gêneros de primeira necessidade. O comércio que atende esse público deve ficar atento à melhoria de capacidade de renda”, afirma.
Cereda ainda salienta o que este reajuste acrescenta ao histórico de reajustes da década: “Interessante também que nos últimos 10 anos houve aumento de 239% no valor real do salário mínimo, para uma inflação de 99%. Houve então um crescimento real do salário. Em 1995, o salário mínimo comprava 1,2 cestas básicas. Hoje já está comprando mais de 2”, explica o economista, que questiona: “Resolveu a vida? Não. Se fôssemos pegar o conceito de salário mínimo criado por Getúlio Vargas, o salário mínimo hoje teria de ser algo acima de R$ 2.500, levando em consideração a educação, a cultura, o esporte, a moradia. Estamos longe ainda, mas melhoramos”, diz.
Efeito colateral
“Em economia”, diz Cereda, “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Toda medida adotada tem efeito colateral”. E para Confederação Nacional de Municípios (CNM) um dos efeitos desse aumento de 8,98% no salário mínimo será um aumento de R$ 1,88 bilhão para os Executivos municipais em todo o Brasil. Nessas circunstâncias, cidades baixos orçamentos seriam mais prejudicadas.
Segundo a CNM, desde 2003 o acumulo de ajustes do salário mínimo causaram impacto que chega a R$ 14 bilhões.