Setor de serviços desacelera em março
A expansão do setor de serviços do Brasil desacelerou um pouco em março, em uma acomodação do forte ritmo verificado nos últimos meses, mas continuou robusta, com a confiança dos empresários atingindo o maior nível desde pelo menos 2007, mostrou uma pesquisa nesta quarta-feira, 4.
O Índice de Atividade Empresarial do Setor de Serviços, medido pelo Instituto Markit, caiu para 53,8 em março, ante 57,1 em fevereiro, após ajustes a variações sazonais, informou o instituto de pesquisa de mercado.
É o menor nível do indicador nos últimos quatro meses, mas o número ainda se situa acima da marca de 50 pontos, que separa aumento e contração da atividade.
O índice se baseia nas respostas dos entrevistados a um questionário sobre a mudança efetiva na atividade de negócios em suas empresas comparada com a de um mês atrás.
Segundo o instituto, os dados de março sinalizaram aumentos adicionais tanto na atividade como em novos negócios, com os fornecedores de serviços geralmente citando maior demanda dos clientes.
“As expectativas em relação ao crescimento da atividade futura foram notáveis, com a mais forte confiança global desde que a série histórica começou, em março de 2007”, informou o Markit, em nota.
As empresas que responderam à pesquisa de março esperam que os níveis de atividade aumentem ao longo dos próximos 12 meses. De acordo com o instituto, a confiança em relação à expansão futura da atividade foi notável, com o Índice de Expectativas subindo para seu maior nível desde o início da série histórica em 2007, para 94,2, ante 84,8 em fevereiro.
Cinco setores relataram uma expansão da atividade em março, com Transporte e Armazenagem sendo o único setor a registrar um declínio. O setor de Hotéis e Restaurantes liderou a expansão do mês passado, seguido de perto pela categoria “Outros”.
EMPREGO E PREÇOS
Cerca de 19% das empresas pesquisadas informaram aumento da atividade, com a maior demanda dos clientes frequentemente citada pelos entrevistados.
Aproximadamente 21% das empresas receberam maior volume de novos negócios em março, enquanto 17% registraram um declínio, Porém, o percentual das empresas que apontaram aumento foi menor do que em fevereiro e o mais baixo desde novembro.
Em relação ao emprego, 10% das empresas que responderam à pesquisa fizeram contratações durante o período da última apuração. Apesar de ter ficado acima da média histórica, o crescimento do emprego foi o menor desde novembro. O setor de Correios e Telecomunicações registrou o maior aumento de pessoal em março, seguido de perto pela categoria “Outros”, informou o Markit.
O preço médio cobrado pelos fornecedores de serviços continuou em alta no mês passado e a taxa de inflação do setor ficou inalterada em relação à máxima de 11 meses registrada em fevereiro, apontou o instituto. “Evidências empíricas fornecidas pelos entrevistados em geral sugeriram que os encargos maiores de custo foram repassados para os clientes”, afirmou o Markit.
Já os preços dos insumos, que também tiveram forte aumento em março, desaceleraram em relação a fevereiro e registraram inflação menor do que a média da série histórica. Cerca de 10% das empresas pesquisadas apontaram aumento nos custos de insumos e menos de 1% registrou declínio.