Supermercados terão vendas estáveis no 2º semestre
Os supermercadistas devem começar a ver certa acomodação das vendas no segundo semestre, após encerrar a primeira metade do ano com desempenho robusto, o que levou a associação que representa o setor no país, Abras, a elevar a previsão de faturamento para 2012.
Nos seis primeiros meses do ano, as vendas reais dos supermercados brasileiros aumentaram 6,79 por cento ante igual intervalo em 2011. Se considerado apenas o mês de junho, houve alta de 6,68 por cento sobre um ano antes.
Com o resultado acumulado no ano, a entidade elevou a previsão de vendas do setor no fechado de 2012 para crescimento de cerca de 5 por cento. Anteriormente, a previsão era de aumento de 3,5 a 4 por cento.
Mas, embora o cenário até junho tenha sido favorável, o presidente da Abras, Sussumu Honda, ponderou que é preciso atentar para o desempenho das vendas mês a mês. Em relação a maio, as vendas caíram 5,47 por cento em junho, segunda queda mensal consecutiva.
“O acumulado do ano ainda é alto, mas as vendas nos supermercados vêm caindo (mensalmente), e são quedas fortes”, disse Honda. “O crescimento ficará mais estável (no segundo semestre)… é um ciclo que começa a se esgotar.”
Dentre os fatores que devem levar à estabilização das vendas, ele citou o maior comprometimento de renda do consumidor e o aumento do endividamento da população. “A classe média está muito endividada, o que começa a se refletir na demanda”, disse.
Ainda segundo Honda, os preços tendem a ficar mais pressionados no segundo semestre, também contribuindo para o crescimento mais moderado de vendas.
Mais cedo, nesta terça-feira, o presidente da Ambev, João Castro Neves, disse em teleconferência que o aumento de impostos no Brasil pode elevar os preços de produtos ao consumidor e também impactar negativamente os volumes gerais de vendas da fabricante de bebidas.
CESTA
Também nesta terça-feira a Abras apresentou os dados da cesta AbrasMercado, composta por 35 produtos e calculada pela GfK, que em junho subiu 0,33 por cento sobre o mês anterior, para 320,20 reais. Na relação anual, o valor da cesta aumentou 7 por cento.
Os produtos com maiores altas de preço em junho sobre maio foram batata (+29,55 por cento), tomate (+16,69 por cento) e ovo (+3,56 por cento). As maiores quedas foram cebola (-6,21 por cento), carne traseiro (-3 por cento) e desinfetante (-2,09 por cento).