O Deserto
Durante o deserto vêm à tona nossas fraquezas, incoerências, ambiguidades, infidelidades, e torna-se impossível escamoteá-las ou justificá-las. Os gaúchos costumam usar uma mala de garupa que colocam nos ombros para carregar coisas na frente e atrás. Há um provérbio que aconselha virar de lado a mala, porque acostumamos colocar os defeitos dos outros na frente e os nossos atrás. A solidão do deserto possibilita-nos encarar nossos defeitos e buscar os meios para superá-los. E como certos vícios e defeitos têm raízes profundas e somos impotentes para arrancá-los, precisamos da misericórdia e do perdão do Senhor. Por isso o deserto constitui lugar privilegiado para preparar a revisão de vida e o sacramento da reconciliação.