Em busca de novos sabores
Em época de Copa, onde vários países do mundo se encontram e se abraçam num mesmo objetivo, a miscigenação cultural, gastronômica e histórica de cada um é fato interessante a ser desbravado em cada detalhe. Portanto, nesse momento de Copa estou viajando e aproveitando para compartilhar com os leitores hábitos alimentares e comportamentais de cada país que visitei.
Primeira parada: Bolonha
A primeira impressão que tive ao chegar em Bolonha é de ser transportada a uma época remota, como se tivesse voltado no tempo à mais de mil anos atrás. A cidade é muito charmosa e conserva sua estrutura medieval até hoje.
De paisagens alaranjadas, ruas estreitas, monumentos e torres, a cidade se revela cosmopolita e alegre. Nada mais gostoso do que passar horas caminhando sem destino por seus quase 40 km de pórticos extensos e elegantes. Pegamos dois dias de chuva a noite caminhamos pela cidade sem nos molharmos. Bravíssimo!
A cidade também é conhecida por ser um alto centro gastronômico, com o famosíssimo Tagliatelle Al Ragu. E massas como tagliaterre e o tortelline.
Localização estratégica
Localizada a apenas 80 km de Florença. Sua posição é estratégica no mapa, afinal está próxima de trem de Milão, Roma, Veneza e, principalmente, de cidades imperdíveis da própria região de Emilia Romagna, como Parma e Modena. Muitas vezes a cidade de Bolonha fica perdida no mapa, mas eu aconselho que se você estiver por esses arredores pare por 3 a 4 dias para conhecer essa cidade encantadora onde a dualidade entre o antigo e o moderno casam-se em perfeita sintonia.
Italiani – Tutti bona gente
O que mais me surpreendeu em Bolonha, foi a energia contagiante do lugar. Bolonha é uma cidade cosmopolita, onde as paisagens antigas se harmonizam muito bem com o burburinho dos jovens.
Ou seja, a cidade tem história, arte, música, arquitetura, culinária e cultura. Mas também tem vida noturna, bares lotados no happy hour e muita vibração contagiante pelas ruas. Grande parte dessa energia se deve ao fato de ser uma cidade universitária.
Conhecer o complexo universitário mais antigo do ocidente, foi uma experiência única! O complexo tem uma arquitetura antiga, cheia de arcos, um complexo universitário que foi fundado no ano de 1088, repleto de jovens com laptops, celulares – essa dualidade entre o antigo e o moderno entre o jovem e o velho são encantadoras. Por lá passaram Dante Alighieri, Gaspare Tagliacozzi que levou a universidade os primeiros estudos sobre cirurgia plástica. É enorme o prestigio da universidade de Bolonha por toda Europa e conseguintemente tornou-se um destino para pessoas famosas, como Thomas Becket, São Carlos Borromeu, Carlo Goldini, entre outros.
Para mim, a parte de maior interesse no complexo era encontrar os cursos de ciências médicas, o complexo é enorme, mas os jovens italianos a todo momento ajudaram muito, foram muito solícitos o tempo todo dando informações até encontrarmos o local.
Como comem os Bolonheses – Manja que te fa bene
Todo o italiano que se preze sabe cozinhar, ou fala que sabe! Visitando Bolonha,notei que os italianos mais tradicionalistas conservam bem os hábitos alimentares mais saudáveis do Sul da Itália, ou seja a alimentação mediterrânea, tendo por base pescados, azeites de ótima qualidade, frutas e verduras frescas e pouca fritura. Os gelatos em Bolonha eram deliciosos, assim como os cafés, queijo parmesão original e presunto de parma: fácil de achar, porque Parma fica ali do lado. Enfim, a comida em Bolonha é tão boa que até a pizza gigante de 2 euros, é de ótima qualidade. E essa qualidade deve-se porque os Italianos primam muito por alimentos frescos e de boa qualidade, isso estende-se aos molhos, temperos de pescados e massas (pastas). Dificilmente você vai encontrar um italiano comprando um molho do tipo pesto industrializado.
Além disso, Bolonha é o lugar onde mais encontrei bares que servem aperitivos fartos e de todos os tipos. Se você se perguntou o que é um aperitivo, te introduzo agora a melhor tradição europeia que conheci – supera até as tapas espanholas, na minha opinião. Funciona assim: durante o período do happy hour, entre de 18h às 21h, os bares montam uma mesa de petiscos, que inclui algumas variações de bruschetas, azeitonas, batatas, sanduíches, pedaços de pizza e massas. Alguns servem mais, outros menos. Aí você pede uma bebida e tem acesso ilimitado a toda mesa de petiscos. Seria como o nosso happy hour, onde depois do trabalho, “lavoro” os italianos se reúnem para conversar, namorar e relaxar. A bebida pode custar de 4 a 12 euros, dependendo do lugar. Os italianos, no verão, costumam pedir o Spritz, feito de vinho, aperol (ou campari) e soda, por sinal refrescante e delicioso.
Também não posso deixar de comentar o estilo de vida ativo que eles levam. A cidade é praticamente plana, então os italianos andam muito a pé e de bicicleta. Portanto, é muito comum encontrar executivos na rua de terno e gravata indo e vindo em suas bikes.
E antes de terminar essa matéria não posso deixar de agradecer ao amigo Antonio, que nos apresentou a cidade e o melhor da gastronomia Italiana.
Gracie mile Tony!
Fiquem ligados: PRÓXIMA PARADA ESPANHA.