27 de Maio de 2024

Dólar

Euro

Polícia

Jornal Primeira Página > Notícias > Polícia > Empresário e filha estavam marcados para morrer

Empresário e filha estavam marcados para morrer

26/11/2014 05h48 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Empresário e filha estavam marcados para morrer

A cada dia as investigações sobre a tentativa de homicídio contra o empresário são-carlense, José Novaes Júnior, ganha ares de crueldade e sangue frio, além de novos personagens. A filha do empresário, que estava no veículo quando ocorreu a emboscada, no dia 7 de fevereiro, também seria morta e tudo motivado por dinheiro, pelo menos é esta a declaração do delegado responsável pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Gilberto de Aquino. O mandante do crime, o policial militar C.M.S e a sua mulher ( que é ex-mulher do empresário que seria executado) são bem conhecidos e proprietários de uma farmácia na rua XV de Novembro.

Os pistoleiros receberam todas as informações do cotidiano de Novaes Júnior, como seus horários, o trajeto que fazia da empresa até sua residência e com quem poderia estar no carro. Os criminosos também tiveram acesso a fotos e vídeos de Novaes Júnior e de pessoas próximas a ele. O policial militar, suposto mentor do crime, foi questionado pelo criminoso contratado sobre a possibilidade de a enteada estar no carro da vítima.  O mandante disse em alto e bom som: “Dane-se”, diante do fato, na visão do delegado Aquino, foi determinada, neste momento, a sentença de morte da jovem. Porém, no dia do crime estava no carro do empresário, além da filha, a atual esposa. Todos poderiam morrer, já que a tentativa de assassinato foi  muito bem planejada pelo suposto mandante. “Por dinheiro não iria se perdoar ninguém”, disse o delegado.

 

UMA NOVA PERSONAGEM

A história que já parecia enredo de filme de suspense ganhou contornos ainda mais dramáticos. Surge uma mulher, que acompanhou o mandante do crime no dia da contratação dos pistoleiros. Ela estava no veículo do policial e ficou observando toda a cena, sendo assim cúmplice de uma trama macabra. Para o delegado Aquino, ela tinha conhecimento de tudo o que estava acontecendo e dos planos do policial. “Há a participação de uma mulher, ela estava junto com o mandante, devia ter conhecimento do que ele estava fazendo, mas o contratado não teve condições de reconhecê-la pessoalmente e nem fotograficamente porque o mandante estacionou o veículo a uma certa distância que impossibilitou essa identificação”, afirmou o delegado da DIG. 

A mulher está com a polícia em seu encalço e não irá demorar muito para a equipe da Delegacia de Investigações Gerais ter a certeza, ou não, da participação da nova personagem. Tudo é questão de tempo. 

 

ARMA E CARROS

Tudo estava muito bem planejado pelo mandante do crime. No dia D, o dia da contratação dos matadores, os pistoleiros de aluguel receberam a arma que deveria ser utilizada para tirar a vida de José Novaes Júnior e de todos que estivessem acompanhando-o. Além disso, os atiradores receberam uma caminhonete, que após a emboscada teve que ser devolvida ao policial.

 

NOVOS COMPARSAS

a Polícia identificou a participação de mais três pessoas nesta história de horror, criada pelo policial militar preso. “Após nove meses de investigação, nós descobrimos que o crime foi praticado por três indivíduos. Um deles teria sido contratado pelo mandante e esse acabou convidando dois comparsas. Os três foram identificados e indiciados por roubo qualificado mais restrição da vítima, porque detiveram o motorista de um caminhão usado na emboscada, e por tripla tentativa de homicídio”, contou Aquino.

 

PRISÃO

O policial militar mandante do crime vai responder por tripla tentativa  de homicídio. Ele está preso em São Paulo na carceragem da PM, o presídio Romão Gomes, que abriga os policiais militares que cometeram crimes. Os outros homens foram encaminhados para o Centro de Triagem de São Carlos.

 

A HISTÓRIA

O empresário José Novaes Júnior, de 54 anos, foi baleado com nove tiros na tarde do dia 7 de fevereiro, quando saía de sua empresa, que fica na Rodovia Engenheiro Thales de Lorena Peixoto Júnior (SP-318), no distrito de Água Vermelha. Por volta de 12h30, da fatídica quarta-feira, 7 de fevereiro, José Novaes Júnior deixava o local com a esposa e a filha de 19 anos em um carro, quando um homem apareceu e efetuou 11 disparos. Nove atingiram o empresário. A filha e a esposa não ficaram feridas, mas o pistoleiro tinha ordens de acabar com a vida das duas. Em seguida, o suspeito fugiu com um comparsa em outro veículo.

A esposa assumiu o volante e levou o marido para a base do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), em São Carlos. Ele recebeu os primeiros socorros e foi levado para o hospital. 

 

O MILAGRE

Após nove meses da tentativa de execução, o empresário José Novaes Júnior está bem. Ele ainda carrega dentro do corpo 4  projéteis, o que requer alguns cuidados. Novaes Junior disse que por um milagre ele não ficou com sequelas e pode continuar a sua vida, junto com a família, porém a recuperação é lenta e ainda continua.

“Eu ainda estou em tratamento em São Paulo, recuperei bem. Tudo isso é uma obra de Deus. Ainda precisamos de cuidados, mas está tudo bem”, disse o empresário.

Novaes Júnior contou que três tiros acertaram o peito, dois, o braço, um, a garganta, outro tiro atingiu o abdômen, um, o relógio do empresário e outro ficou alojado no cinto de segurança. “Com tudo isso só estou vivo por milagre”.

Tristeza – O empresário vê com muita tristeza a tentativa de execução que sofreu, tudo, segundo ele, motivado por dinheiro: “É muito triste saber que não respeitaram minha filha. Pelo que os atiradores falaram era para matar, atirar em todos”. Ele acredita na participação de mais pessoas. 

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x