Justiça decreta prisão preventiva de envolvidos na tentativa de homicídio de empresário
Luiz Felipe CordeiroA justiça decretou a prisão preventiva de quatro envolvidos na tripla tentativa de homicídio do empresário são-carlense José Novaes Júnior, de sua esposa e filha, que no dia 7 de fevereiro de 2014 sofreram uma emboscada, quando o carro em que estavam foi alvejado por onze tiros, nove deles atingiram o empresário, que se recupera bem.
“Foi representada a prisão preventiva dos investigados que foram identificados como os autores, partícipes, e mandante do crime. Foi concordado pelo Ministério Público e as prisões foram decretadas pelo juiz da terceira vara”, explica o delegado Gilberto de Aquino, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), responsável pela investigação.
O atirador, o comparsa e o contratante do crime já estavam presos temporariamente, com exceção de um deles que, segundo o delegado, estava junto com os executores ao volante do veículo: “Este se apresentou no decorrer das investigações, por isso não tinha sido decretada a prisão temporária. Temos, então, definida a autoria, quem executou os disparos, quem estava junto no carro, quem dirigia a caminhonete que deu fuga para eles, e quem contratou o mandante, que se encontrava juntamente com uma mulher em um carro”.
Segundo o delegado, essa mulher ainda não foi reconhecida: “Nós temos uma suspeita, mas ainda não conseguimos provar que foi ela, mas temos a suspeita de quem seja a principal interessada nesse crime”, salienta Aquino. Ele afirma que a mulher suspeita ainda não foi ouvida porque, segundo o advogado dela, sua cliente estaria na Espanha: “Tentamos ouvi-la, mas o advogado apresentou documentos informando sobre a viagem, e que ela voltará no ano que vem”.
O delegado explica que, embora haja a possibilidade de expedir uma Carta Rogatória, que pede para que a suspeita seja ouvida no exterior, ele vai aguardar o seu retorno: “Inclusive eu já havia pedido o bloqueio dos passaportes, mas não foi concedido”.
Aquino afirma que foi concedido apenas o histórico dos passaportes, que foram por ele analisados: “Verifiquei quantas vezes eles entraram e saíram [do país], e apuramos que toda vez que o mandante sabia que o executor iria atentar contra a vida da vítima, ele viajava para o exterior a fim de criar um álibi, pois ele sabia que, estando no exterior, ele ficaria acima de qualquer suspeita”.
No entanto, afirma o delegado, o contratante confessou isso ao contratado, que acabou por relatar essa estratégia à polícia.
A HISTÓRIA
O empresário José Novaes Júnior, de 54 anos, foi baleado com nove tiros na tarde do dia 7 de fevereiro, quando saía de sua empresa, que fica na Rodovia Engenheiro Thales de Lorena Peixoto Júnior (SP-318), no distrito de Água Vermelha. Por volta de 12h30, da fatídica quarta-feira, 7 de fevereiro, José Novaes Júnior deixava o local com a esposa e a filha de 19 anos em um carro, quando um homem apareceu e efetuou 11 disparos. Nove atingiram o empresário. A filha e a esposa não ficaram feridas, mas o pistoleiro tinha ordens de acabar com a vida das duas. Em seguida, o suspeito fugiu com um comparsa em outro veículo.
A esposa assumiu o volante e levou o marido para a base do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), em São Carlos. Ele recebeu os primeiros socorros e foi levado para o hospital.
Após nove meses da tentativa de execução, o empresário José Novaes Júnior está bem. Ele ainda carrega dentro do corpo 4 projéteis, o que requer alguns cuidados. Novaes Junior disse que por um milagre ele não ficou com sequelas e pode continuar a sua vida, junto com a família, porém a recuperação é lenta e ainda continua.