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Analista vê quadro político muito diferente de 2008

10/08/2012 02h22 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Analista vê quadro político muito diferente de 2008

Historiador e mestre em Comunicação, Ney Vilela vê o atual quadro político totalmente diferente do pleito que elegeu Oswaldo Barba (PT) há quatro anos. Segundo ele, enquanto PSDB e DEM estão juntos, o PT perdeu alguns partidos importantes, como o PMDB e o PPL.

 

PRIMEIRA PÁGINA – Como o senhor vê a atual conjuntura eleitoral em São Carlos?

NEY VILELA – O quadro está interessante, pois houve alterações em comparação com as eleições anteriores. O que vimos nas últimas disputas? O PT conseguiu construir uma sólida aliança, que tem como marco mais importante é o PMDB, foi mantido em duas eleições, em 2004 e 2008. Por outro lado, a oposição se dividiu de maneira muito importante. O PSDB é aliado histórico do PFL, que se transformou no DEM. Eles estiveram divididos nos dois últimos pleitos. A oposição ficou dividida e a situação unida.

 

PP – Mas esta divisão não persiste?

NEY VILELA – Nesta disputa, a eleição se uniu. Você perguntar em que sentido, pois não estamos vendo Paulo Altomani (PSDB) e Airton Garcia (DEM) no mesmo palanque. Mas a união é institucional. O Airton Garcia não está fora do quadro de apoio ao candidato da oposição, ou pelo menos não vai roubar votos da oposição. Os principais atores da oposição, formal ou informalmente estão trabalhando do mesmo lado.

 

PP – Mas a base do Barba não continua unida?

NEY VILELA – No lado do governo, houve algumas mudanças importantes. Há seis meses o PMDB estava sólido com o PT, assim como PPL, que nasceu de uma costela do PMDB. Neste momento, Emerson Leal, que era do PMDB e como tal foi eleito vice-prefeito em 2004 e 2008, foi para o PPL e seu partido tem candidato próprio, como também tem candidato próprio o PMDB. O fato é que a oposição está unida e o governo se dividiu.

 

PP – O Airton Garcia não vem, nas últimas disputas,  ajudando, mesmo que involuntariamente, a eleger candidatos do PT?

NEY VILELA – Dizer que o Airton Garcia ajudou involuntariamente o PT, não pode ser feito sem alguma análise. O Airton Garcia é um homem extremamente inteligente e não posso acreditar que ele tenha sido um inocente útil. Não. O Airton tem suas convicções, com as quais nem sempre concordo. Não acredito que ele tenha ajudado o PT. Da forma como o Airton agiu, por conta de suas necessidades políticas, pode ter atrapalhado a oposição. Mas dizer que ele ajudou o PT, pode nos levar a crer que ele contava com este resultado. Não posso acreditar que ele possa ajudar quem classifica como inimigo. A sua postura se deu numa situação mais complexa.

 

PP – Como o senhor vê a valorização dada pelo PT à figura do ex-tucano Normando Lima na campanha da reeleição de Oswaldo Barba?

NEY VILELA – O governo municipal está cercando o rio de cimento. Podemos dizer que estão tentando resolver a questão de enchentes. Acho que não resolve. O Dr. Normando está no Partido Verde, que não concorda em se colocar o Gregório numa cela de cimento. Não sei se os militantes do PV concordam com isso. O PT tenta buscar votos na classe média e fez uma manobra inteligente. O PT nem sempre se preocupa com a questão ambiental e acho que esta união pode ser questionada em sua credibilidade. 

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