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Carreira política não empolga público feminino

Estudo do Congresso mede crescimento lento de candidaturas femininas

27/10/2020 17h09 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Carreira política não empolga público feminino Foto: Divulgação

Um estudo técnico da Câmara dos Deputados realizou uma análise das candidaturas ao legislativo municipal durante as eleições municipais de 2020. Foram efetuados cruzamentos por sexo, cor/raça, partido, estado e município. Vale lembrar que estes números ainda podem mudar, seja por ação dos próprios partidos complementando as chapas, seja por ação da Justiça, cassando quem não cumprir a lei. Até o prazo estipulado pelo calendário, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou 509.137 candidatos a vereador, sendo 334.172 (65,63%) homens e 174.965 (34,37%) mulheres. Observa-se que o número total de candidaturas cresceu bastante em 2020 calculando cerca de 70 mil candidatos a mais (16,57%) do que foi apresentado no pleito de 2016. Em São Carlos este incremento ficou em torno de 39%, sendo 339 postulantes da eleição anterior ante 471 deste pleito.

Este aumento era esperado devido ao efeito do fim das coligações para eleições proporcionais, que obrigou os partidos a concorrerem pra vereador com chapa própria. Analisando por sexo, considera-se que a proporção de candidatas mulheres vem crescendo, mas muito lentamente, permanecendo bastante próxima ao percentual mínimo exigido em lei. Isto parece indicar que a força propulsora deste crescimento ainda é a exigência legal. “As mulheres gostam de política tanto quanto os homens e têm, na minha opinião, uma capacidade até melhor de compreender alguns fenômenos”, enfatiza o analista político, Henrique Affonso de André. “Creio que uma maior participação, equilibrada entre homens e mulheres é uma questão de tempo”, prevê.

A variação do percentual de candidatas mulheres entre os estados é relativamente pequena, indo de 32,9% em Pernambuco a 36,3% em Roraima, oscilando entre 33% e 35% nos demais estados da federação. Até o dia 26 de setembro (sábado), do total de 471, São Carlos registrou a participação de 156 mulheres (33,12%). Isto demonstra que o baixo número de mulheres candidatas é uma realidade nacional mais ou menos homogênea entres as unidades da federação. Nenhum partido ultrapassa os 50% de candidaturas femininas aferido nacionalmente.

Apenas dois partidos pequenos têm mais de 40% de mulheres concorrendo, a UP e o PSTU, ambos com apenas uma centena de candidatos lançados no país. “A participação da mulher na política é de fundamental importância para a consolidação da democracia, hoje já existem alguns incentivos para participação das mulheres no pleito eleitoral, como a cota de participação e destinação de recursos, entretanto, é necessário que os partidos abram mais espaços de liderança pra mulheres e na tomada de decisões”, avalia o especialista político Guilherme Rezende. “É necessário que nós, enquanto sociedade, também fortaleçamos as candidaturas femininas por meio do nosso voto”, complementa.

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