Católicos e Evangélicos têm posições parecidas sobre política e eleições
A religião tem tomado cada dia mais espaço no cenário político nacional, em todos os âmbitos, municipal, estadual e federal. A participação de religiosos tem aumentado a cada eleição. Atualmente, a frente parlamentar evangélica da Câmara Federal – ou bancada evangélica, como é conhecida – tem 76 deputados de diversos partidos e vertentes protestantes, e hoje há um pastor na concorrência pela presidência da república a partir de 2015.
O presidente do Conselho de Ministros Evangélicos de São Carlos (Comesc), pastor Ismael da Silva, considera importante essa participação evangélica. Segundo ele, a igreja também desempenha um papel social por realizar projetos que ajudam pessoas carentes. “Muitas igrejas promovem ações solidárias e ter representantes na Câmara, significa que há parlamentares sensíveis as nossas causas, empenhados em auxiliar e criar projetos que beneficiam os menos favorecidos”, comentou.
O assunto sobre decisão de voto foi tratado na reunião do Comesc da última quinta. Ismael orientou seus colegas a pesquisarem sobre os candidatos e votarem em pessoas que se preocupam com as questões humanas. “Mas independente do credo. Não indiquei nenhum candidato e nem quis favorecer outro evangélico. Somente falei para ficarem atentos e analisarem bem”, disse.
Já em sua igreja, – o pastor também é presidente da Assembleia de Deus Madureira – ele indicou dois candidatos, um a deputado estadual e outro federal. “Escolhemos dois em um conselho, ambos evangélicos, para apoiarmos. Conhecemos o trabalho deles e acreditamos que eles vão apoiar os nossos projetos sociais”, esclareceu.
Indicações de candidatos são muito comuns nas igrejas evangélicas de todo o país, principalmente para as eleições municipais, quando um deles é membro da igreja.
Na igreja católica as coisas mudam um pouco. Mas só um pouco. A linha católica concorda com a evangélica sobre trabalhar a formação da consciência política de seus fiéis, como analisar os candidatos e pensar naqueles que podem fazer algo pelo bem comum; mas ela não toma partido ou indica candidatado.
“A igreja é apartidária. Não pode tomar parte. Nosso papel é despertar a consciência nas pessoas, pois nós, líderes de igreja, também somos formadores da consciência política e trabalhamos o senso crítico das pessoas”, comentou o padre Marcio André Macella Gaido, Pároco da Igreja Santo Antonio de Pádua, em São Carlos.
Outra diferença é que um padre não pode se candidatar a nenhum posto político. Segundo ele, sua igreja também incentiva o exercício da democracia, assim como a dos evangélicos. “Devemos pensar em candidatos que se preocupam com a política do bem, com a promoção e a valorização da vida”, concluiu.