Discurso de Rocha provoca a ira de vereadores da oposição
O vereador Sérgio Rocha (PTB), que pertence à base aliada do governo Paulo Altomani (PSDB), acusou os vereadores da oposição de emperrarem a compra de uniformes escolares para os alunos da Rede Municipal de Ensino. De acordo com o parlamentar, alguns pais o questionam sobre os motivos que levam os alunos a não receberem os uniformes. “A culpa de não ter uniforme é da oposição”, disse o vereador durante o seu discurso.
No final do ano passado, o vereador Roselei Françoso (PT) denunciou que a empresa Nilcatex Têxtil deveria fornecer kits escolares ao município por R$ 9,5 milhões, valor superior à aquisição do governo anterior, que ficou em R$ 800 mil. O caso foi parar no Ministério Público e a Prefeitura decidiu encerrar o processo de aquisição.
Rocha quis associar a compra dos uniformes em São Carlos com as compras da gestão Fernando Haddad (PT), prefeito da Capital, que foram feitas da empresa Nilcatex. O prefeito petista adquiriu 550 mil kits a R$ 182 milhões.
Quando o petebista associou a aquisição dos uniformes a casos de corrupção, o clima esquentou. Ronaldo Lopes (PT) disse que a atitude do parlamentar poderia prejudicar o relacionamento entre os colegas da Casa.
Lineu Navarro desqualificou as denúncias de Rocha lembrando que o partido dele, o PTB, foi da base de sustentação de três governos petistas em São Carlos. “A interrupção da compra de uniformes é fruto de um processo que começou errado, eivado de irregularidades. Acusar a oposição é uma mentira. Quem suspendeu esse processo foi a Prefeitura. Os vereadores não têm a prerrogativa de interromper processos licitatórios. O que fizemos aqui foi denunciar maracutaias”, disparou o vereador.
Wlacinyr Bragatto (PV) também fez um discurso pesado contra as afirmações de Rocha. Segundo ele, se o processo de compra não fosse interrompido, “a compra ia dar cadeia”. “Fazer uma afirmação dessa, que a compra dos uniformes não ocorreu por causa dos vereadores, é no mínimo rasteiro. A Prefeitura cancelou o processo porque a compra ia dar cadeia, improbidade administrativa”, desabafou.
De acordo com Bragatto, a postura de Rocha representa um retrocesso à representatividade do Poder Legislativo, que tem como prerrogativa fiscalizar os atos do Poder Executivo.
