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Na Câmara, Santa Casa e Prefeitura entram em acordo sobre déficit

17/09/2015 03h01 - Atualizado há 9 anos Publicado por: Redação
Na Câmara, Santa Casa e Prefeitura entram em acordo sobre déficit

O presidente da Câmara, Lucão Fernandes (PMDB), recebeu, na tarde de ontem, representantes da Secretaria de Fazenda da Prefeitura de São Carlos e das mesas diretora e clínica da Santa Casa para buscar um consenso sobre a dívida estabelecida entre a instituição de saúde e a administração, que chega aos R$ 6 milhões.
Conforme divulgado pelo Primeira Página, ontem, a Prefeitura espera o resgate de R$ 10 milhões sacados, segundo a administração, indevidamente dos cofres municipais, após decisão da juíza federal Carla Rister, que determinou a redução dos saques mensais de mais de R$ 5 milhões para R$ 364 mil.
“Essa somatória de esforços trouxe um alento ao hospital, na esperança da liberação dos recursos. Nós entendemos a situação da Prefeitura, com os sucessivos saques, mas o déficit contraído pela Santa Casa começou a comprometer o atendimento, após a suspensão de entrega de materiais, que acarretam, inclusive, problemas nas cirurgias. A Santa Casa fez a sua parte, encontrando alternativas para reduzir os impactos ao corpo clínico e aos pacientes e a Prefeitura traz as suas alternativas para minimizar os problemas”, disse o provedor Antônio Valério Morillas Júnior.
Segundo Morillas Júnior, o corpo clínico do hospital, em nenhum momento, ventilou a possibilidade de interromper o atendimento médico por conta do débito.
Na semana passada, em nota, a Prefeitura de São Carlos afirmou que a cidade possui uma dívida de R$ 3.0004.851,47 com a Santa Casa, sendo R$ 698.601,47 referentes a cirurgias eletivas e R$ 2.306.250,00 referentes ao pagamento dos médicos plantonistas. Em setembro, a Prefeitura repassou R$ 400 mil ao hospital.
Questionado sobre os R$ 6 milhões de dívida divulgados pelo provedor, o secretário de Fazenda, José Roberto Poianas reconheceu que alguns procedimentos ainda estão em auditoria na Secretaria de Saúde, por isso a divergência dos números. “Sim jogamos limpo. O grande entrave foram os saques. Para se ter uma ideia, o nosso Orçamento para este ano é de R$ 699 milhões. Sacaram mais de R$ 73 milhões. Isso representa algo em torno de 12% do Orçamento. Comprometeu sobremaneira as finanças do município”, desabafou.
DETALHES – Na reunião, os médicos também expressaram a sua preocupação com a situação financeira do hospital. Informações obtidas pelo Primeira Página dão conta que o equipamento de videolaparoscopia, usado para cirurgias de vesícula, apresenta defeito. Com receio, os médicos estão utilizando as intervenções tradicionais, com cortes, o que implica na recuperação do paciente em 60 dias. Com o método moderno, o tempo de recuperação é de 15 dias.
Também expressaram a sua preocupação com a escassez de insumos básicos, como drenos. Os médicos comentaram sobre os plantões médicos, que estão abaixo do que pagam cidades da região. Em Itirapina e Ibaté, o médico recebe R$ 1,5 mil por plantão, o Hospital Universitário, antigo Hospital Escola de São Carlos, paga R$ 1,4 mil, enquanto a Santa Casa paga R$ 1 mil. “Essa situação será definida. O prefeito concordou em pagar R$ 1,2 mil pelo plantão”, garantiu Poianas.
Na reunião, Poianas comentou algumas alternativas que a administração toma para reduzir os impactos. Segundo ele, nos últimos dias, a Dívida Ativa da Prefeitura executou R$ 500 mil, mas recebeu apenas R$ 60 mil. Em um ato mais recente, a Prefeitura executou R$ 3,5 milhões para tentar conter a sangria dos saques do Tesouro Nacional.
Para o presidente da Câmara, Lucão Fernandes (PMDB), a reunião foi marcada pelo bom senso. “A Santa Casa compreende a situação da Prefeitura e vice-versa. Nessa reunião, prevaleceu o bom senso. Fico feliz que, em mais uma intervenção da Câmara, contando com o apoio dos demais vereadores, todos saíram satisfeitos e certamente a população não será prejudicada”, concluiu Lucão.

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