Reviravoltas eleitorais
As eleições deste ano estão protagonizando diversas reviravoltas. Primeiro, a trágica morte de Eduardo Campos, seguida da escolha de Marina Silva como substituta. A partir daí, começa uma nova onda de reviravoltas. Nas pesquisas, Marina ganha espaço, se aproxima de Dilma, tem a vitória em projeções de segundo turno. E Aécio Neves, que antes da morte de Eduardo Campos, ocupava o segundo lugar nas intenções, cai para terceiro colocado, sendo pouco a pouco deixado para trás. Diante dessa situação, Dilma, querendo manter o primeiro lugar, ataca Marina, e Aécio, querendo avançar, ataca Marina. Cada um com suas armas, cada um por um lado, e cada um com um objetivo. E Marina revida.
Passadas algumas semanas, vêm a público as declarações do ex-diretor da Petrobrás que, articulado em um esquema de delação premiada, começa a listar nomes de deputados, senadores, governadores que teriam participado de esquemas de corrupção e suborno postos em movimento em projetos da Petrobrás.
O governo petista, então, torna-se mais uma vez alvo de acusações e, em meio à corrida eleitoral, tais acusações tornam-se munição das armas de Marina e Aécio Neves.
Neste contexto, os debates eleitorais, que nunca foram exemplares peças de discussão e apresentação de ideias, se aprofundam no esquema de troca de acusações. Ao invés de o candidato descrever como pretende resolver nossos graves problemas, ele descreve os erros dos adversários.
Este é mais um fator que abala a credibilidade do brasileiro na política; atividade que, apesar dos deslizes, é indispensável em qualquer sociedade.