Brasil teve 449 mortes por Covid-19 em 24 horas, totalizando 5.466 óbitos
Dados foram atualizados pelo ministro da Saúde, Nelson Teich, durante audiência pública nesta quarta-feira (29)
O Brasil registrou 449 mortes
pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, totalizando 5.466 óbitos pela
doença no País. Os dados foram atualizados pelo ministro da Saúde, Nelson
Teich, durante audiência pública em sessão virtual do Senado.
Os casos confirmados da covid-19 foram de 6.276
no último dia, anunciou o ministro um incremento de 9% nos diagnósticos pela
doença feitos em todo o País. Com o número citado pelo ministro, o Brasil
atingiu 78.162 casos confirmados.
Amazonas endurece regra de
isolamento e critica ‘pouquíssima’ ajuda federal
O Estado do Amazonas, o primeiro que viu o seu sistema de saúde entrar em
colapso por causa da disseminação da covid-19, vai endurecer as regras de
isolamento social nos próximos dias.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o governador do Amazonas,
Wilson Lima, disse que, o cliente que entrar em qualquer estabelecimento
comercial que esteja funcionando, como um supermercado ou uma farmácia, por
exemplo, obrigatoriamente terá que usar máscara, ou o local terá que dar essa
máscara ao cliente, além de oferecer álcool em gel. Se não oferecer essas
medidas de proteção, o local será multado. A autuação será fixada com pagamento
de cestas básicas. “O cidadão não será proibido de sair na rua, mas o
comércio que recebê-lo sem essas medidas de proteção vai ser multado”, disse
Lima.
Manaus, que vive o drama diário de não ter condições de receber e tratar seus
doentes pelo novo coronavírus, tem enterrado pessoas em trincheiras. O Amazonas
registrou oficialmente, até a última terça-feira (28), 4.337 casos de
contaminação e 351 mortos.
Wilson Lima disse ainda que o governo vai colocar todo o policiamento na rua,
para orientar as pessoas a ficarem em casa. “Vamos colocar a polícia na
rua com mais intensidade, não para coibir, mas para orientar as pessoas. A
polícia também vai para as portas dos bancos fazer o distanciamento social das
pessoas, que é algo que deveria ser uma obrigação do governo federal”,
comentou.
O governador do Amazonas criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro pelo
“pouquíssimo apoio” que o Palácio do Planalto tem prestado ao Estado.
“O governo federal tem ajudado pouquíssimo, é pouco demais diante do
problema que a gente tem. Precisamos de mais ajuda. O Ministério da Saúde me
garantiu até o fim do dia o que irão me encaminhar”, disse Lima.
Segundo o governador, é urgente o recebimento de pelo menos 100 profissionais,
entre médicos, intensivistas e enfermeiros, além de cerca de 100 respiradores e
equipamentos de proteção individual. “É o mínimo que precisamos para
aguentar pelos próximos dez a 15 dias”, comentou.
Wilson Lima disse que, por enquanto, não vê necessidade de decretar o
fechamento total (lockdown) de Manaus e que o acirramento das medidas de
restrição de circulação deve ajudar.
“Hoje eu devo ter uma perspectiva mais precisa de quando nós devemos ter o
pico da doença. Estamos em uma situação bem complicada, mas não vislumbro a
possibilidade de um lockdown. Vamos aumentar as medidas restritivas, faremos um
realinhamento de medidas preventivas que nós já tomamos”, disse.
Segundo o governador, apesar das medidas já tomadas de isolamento social, parte
da população do Estado passou a descumprir essas medidas, o que tem
potencializado o aumento de contaminações. “O problema é que tem ainda
muitas pessoas nas ruas, e não em razão de falta de medidas restritivas, mas
por conta do próprio entendimento das pessoas, de que isso deve acontecer. O
que houve foi um relaxamento das pessoas em cumprir o isolamento social”,
afirmou. “Vamos para a rua com toda a nossa equipe, polícia militar,
polícia civil, corpo de bombeiros, fundação de vigilância e saúde, para
orientar a população a ficar em casa.”