Cervone inaugura nova sede
Líder industrial alertou o setor industrial para o perigo de algumas mudanças no texto original da reforma tributária
Marco Rogerio
O presidente estadual do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, inaugurou, ao lado do diretor regional, Marcos Henrique dos Santos, e de vários outros líderes empresariais de São Carlos e região, a nova sede da entidade. A inauguração faz parte das comemorações dos 75 anos do CIESP São Carlos, que já contou com o Jantar da Indústria, realizada no último sábado, 22 de junho e que vai seguir até a sessão solene da Câmara Municipal, que vai entregar, no dia 19 de julho, na sede do CIESP, o título de “Industrial do Ano” ao empresário Mario Casale.
Durante a solenidade, Cervone e outras lideranças do CIESP, SESI e SENAI divulgaram vários projetos de sucesso voltados para as artes, os esportes e também para a educação. O presidente estadual do CIESP ministrou uma palestra onde falou de reforma tributária, inteligência artificial, taxa de juros e dos demais desafios por que passam a indústria nacional.
Com relação à reforma tributária, Cervone afirmou que a reforma não é a ideal, mas é a que foi possível. Mesmo assim ele alertou o setor industrial para o perigo de algumas mudanças no texto original que ele classificou como “puxadinhos”. “A reforma que tivemos está longe de ser a ideal, mas é relevante e importante, pois melhora muito o ambiente tributário no Brasil. Temos que tomar muito cuidado a partir de agora com a regulamentação dela. A grande questão desde o primeiro dia da reforma é que ela deveria ser mais isonômica. Hoje a indústria paga um terço dos impostos totais do Brasil e representa 11% do PIB. Temos que tomar cuidado com os puxadinhos. Na regulamentação estes puxadinhos podem atrapalhar muito. Os puxadinhos podem elevar o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) para até 30% enquanto sem os puxadinhos poderá ficar entre 19% e 20%”, reflete ele.
Cervone fez outros comentários sobre a reforma aprovada. “A reforma atende a um desejo de décadas no Brasil”, disse o executivo, reforçando que o sistema em vigor no País é um manicômio tributário. “Quem é empresário sabe disso e quem é consumidor paga.” “É uma reforma que se propõe a simplificar. Não é a ideal, mas a possível. Mas precisamos parar de nos acomodar com o possível e buscar ir mais além, porque nossos concorrentes estão indo além”, reforçou o presidente do CIESP. De acordo com ele, a reforma simplifica, dá mais previsibilidade e “diminui os puxadinhos, que são um inferno para a economia”.