Chefe da Embrapa quer agregar sustentabilidade e inovação
O pesquisador Rui Machado assumiu, no final de dezembro, a chefia geral da Embrapa Pecuária Sudeste. Ele substituiu o pesquisador Maurício Mello de Alencar que ficou cinco anos à frente da instituição de pesquisa. A solenidade de posse ocorre no dia 28 de março.
Machado pretende agregar tecnologia em benefício da agricultura sustentável. Ele salienta que continuará incentivando os projetos em curso, mas que pretende inserir no campo da pesquisa métodos alternativos como a produção orgânica.
“O nosso foco de gestão é a inovação por meio de tecnologias sustentáveis. Não falamos em sustentabilidade apenas no aspecto ambiental, mas agregamos o caráter social e econômico. Todo o desenvolvimento de tecnologia tem de gerar inovação com utilidade para a sociedade, considerando a sustentabilidade social e econômica”, ressaltou.
O pesquisador traça alguns caminhos para atingir essa meta. Os principais são investir na agricultura e na pecuária de precisão, com o uso racional de insumos. “Usando os insumos apenas na área de cultivo ou criação você faz uma economia grande e aumenta a eficiência do sistema como um todo”.
Segundo Machado, seguindo essa premissa, o agricultor aumenta a renda no campo e na produção sustentável. “A demanda por alimentos deve crescer substancialmente nos próximos 20 anos em função do crescimento populacional e das demandas do desenvolvimento do país e a Embrapa não pode ficar fora desse contexto”, alertou Machado.
DESAFIO
Na opinião do pesquisador, é um desafio comandar um grupo de 39 pesquisadores. “A qualificação dessa equipe é que nos motiva. Esperamos dar condições para que esses colegas possam expressar o potencial adquirido na vida acadêmica em benefício da sociedade”.
Ele considera que nos últimos anos a Embrapa apresentou avanços. A unidade conta com 11 laboratórios nos mais diversos segmentos de interesse da agricultura e pecuária e cita como grande conquista o Laboratório de Agricultura de Precisão, que é uma estrutura de gestão compartilhada entre as Embrapas – Pecuária Sudeste e Instrumentação.
Machado lembrou de algumas linhas de pesquisa bem sucedidas, como o Programa Balde Cheio, que atende a 26 unidades da federação, 4 mil produtores rurais e apresenta mais de 500 unidades demonstrativas. “Esse projeto nasceu em 1997 a partir da aplicação de tecnologias para a agricultura familiar e tive a oportunidade de participar”.
O novo chefe geral da Embrapa destacou que um programa nos mesmos moldes do balde cheio é realizado junto aos produtores de gado de corte. Ele consiste na transferência de tecnologias na produção de carne. A nova gestão da Embrapa continuará com os incentivos em torno das pesquisas com ovinos. “Desenvolvemos e apropriamos tecnologias no setor, que ainda padece de técnicos treinados. O nosso objetivo, além das pesquisas, é treinar multiplicadores para chegar ao produtor rural”, concluiu.
Conheça Rui Machado
O novo chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste é médico veterinário, mestre pela University of Illinois (1993) e doutor em reprodução animal pela Universidade de São Paulo (2005). Pesquisador da Embrapa desde 1987, acumulou experiência em gestão de pesquisa e transferência de tecnologia. Foi chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento (2006/2008) e secretário executivo do Comitê Técnico Interno (CTI) da Embrapa Pecuária Sudeste. Preside a Comissão de Ética no Uso de Animais desde 2006. Machado tem experiência em fisiologia e farmacologia da reprodução, manejo reprodutivo animal e em biotécnicas avançadas da reprodução assistida em ruminantes de interesse comercial.
