Nilson César se coloca como “eterno aprendiz”
O jornalista esportivo Nilson César destacou a “beleza de ser um eterno aprendiz”, como diz a música de Gonzaguinha, durante palestra ministrada na noite da última sexta-feira, 13 de julho, no Palácio do Comércio, sede da ACISC (Associação Comercial e Industrial de São Carlos). César, que é o narrador titular de jogos de futebol e automobilismo na Rádio Jovem Pan AM, veio a São Carlos para receber o título de “Cidadão Honorário de São Carlos”, que lhe foi entregue na noite de ontem no Instituto Cultural Ítalo Brasileiro.
Durante sua palestra, que reuniu cerca de 100 pessoas, César relatou parte de sua vida. Ele contou que era funcionário de cartório em Sorocaba e narrava jogos de futsal para uma emissora local de rádio. Num determinado dia, há 30 anos, em 1982, ele foi levado para a JP em São Paulo e foi escalado, sem preparação alguma, para narrar uma partida de futsal entre Brasil X Uruguai, num campeonato mundial. “Fiquei sem comer das 12 horas do dia que fui para São Paulo até às 10h do dia seguinte. Tenho 50 anos, estou há 30 na Jovem Pan e conheço hoje 55 países”.
César afirmou que as melhores coisas da vida estão nas coisas simples e ressaltou o Brasil como o melhor país do mundo. “Temos que deixar o complexo de vira-latas e amar mais nosso país. Vivemos no melhor lugar do mundo. Temos problemas? Sim, temos, como todos os demais países os têm, também. Precisamos investir mais em educação, em saúde. Temos problemas, sim. Mas também temos coisas maravilhosas. E vamos fazer uma grande Copa do Mundo em 2014. Não tenham dúvidas disso”.
Ele afirma que o grande segredo da vida é aprender todo dia. “Para mim, a minha melhor narração, o meu melhor trabalho é o próximo. Temos sempre que tentar melhorar. Temos que ser eternos aprendizes. Tenho pena de gente que anda de nariz empinado e se acha sábio ou o melhor do mundo”.
O jornalista também disse que para fazer rádio é preciso trabalhar com muito amor. “É preciso fazer com prazer, com dedicação”. César também relatou momentos complicados de sua vida, quando enfrentou problemas psicológicos. Ele relembrou como um dos momentos mais tristes de sua carreira a morte do piloto brasileiro Ayrton Senna , no dia 1º de maio de 1994, em Ímola, na Itália. O locutor revelou que apenas ele e o jornalista Luís Robert, tiveram a oportunidade de ver o cadáver de Senna na câmara fria. “Mas fomos impedidos por um senhor italiano que trabalhava no hospital. “Ele nos disse que deveríamos guardar na mente não o corpo sem vida, mas sim o homem bonito, alegre e vencedor que era Senna. Ele, o senhor Paolo, nos deu uma grande lição de vida”.
