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ONU afirma que Brasil lidera esforço de conservação ambiental

06/03/2013 11h17 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
ONU afirma que Brasil lidera esforço de conservação ambiental

Em entrevista à Agência Brasil, o secretário executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB), Bráulio Dias, afirmou que o Brasil é visto como o número 1 em termos de biodiversidade e que país tem mostrado capacidade de avançar nesta agenda ambiental, conseguindo, por exemplo, reduzir o desmatamento.

 

Victor Ranieri, professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da USP, tem uma visão um pouco menos positiva: “Não considero que o país está cada vez mais na vanguarda no que diz respeito ao esforço para a conservação da biodiversidade. Muito pelo contrário. Considerando as alterações recentes no Código Florestal (que tendem a reduzir drasticamente a proteção de áreas ambientalmente frágeis), a redução de exigências (a chamada “flexibilização”) nos processos de licenciamento ambiental para implantação de empreendimentos com significativo potencial poluidor/degradador, a redução de áreas de Unidades de Conservação na Amazônia por meio de Medida Provisória e outras iniciativas recentes de redução das garantias ambientais conquistadas pela sociedade brasileira nas últimas décadas, concluo que é impróprio dizer que o Brasil está avançando no que diz respeito à conservação”, defende o professor.

Ele critica, por exemplo, a afirmativa de que há uma redução de desmatamento: “O que se observa no país (e em especial na Amazônia) é, de tempos em tempos, uma redução das taxas de desmatamento em função de uma combinação de fatores. Entretanto, essa redução na taxa de desmatamento, ao contrário do que possa parecer, não significa que está aumentando a área florestal e diminuindo a área usada para fins agropecuários. Uma taxa menor de desmatamento significa que a área de floresta nativa continua sendo reduzida, mas em velocidade menor. Então, uma taxa menor é algo só relativamente positivo, pois continuamos perdendo muitas áreas florestais mesmo com taxas de desmatamento mais baixas que em anos anteriores”.

 

Região

“No caso de São Carlos e região”, afirma o professor, “embora tenhamos um percentual de áreas de vegetação nativa relativamente elevado em comparação com outras regiões do interior do Estado de São Paulo (algumas das quais protegidas em Unidades de Conservação), as pressões de atividades como a queimada da palha da cana-de-açúcar e o monocultivo em grandes extensões continuam trazendo impactos negativos sobre a biodiversidade em escala local e regional”, afirma.

Segundo ele, as áreas de cerrado e floresta (formas de vegetação originais da região), encontram-se bastante fragmentadas e isoladas entre si, reduzindo a probabilidade de sobrevivência de inúmeras espécies de animais e plantas que podem a vir a desaparecer completamente. “Essa situação, no meu entendimento, tenderá a piorar em decorrência das mudanças do Código Florestal”, afirma Ranieri.

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