Absolar acusa ministério de fazer cálculos incompletos sobre energia solar
A
Absolar, associação que representa o setor de energia solar
fotovoltaica no País, rebateu nesta última
quinta-feira
(09)
os cálculos divulgados pelo Ministério da Economia e pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirmando que são
“incompletos” e que não levam em conta os benefícios da
energia solar para a sociedade.
“As análises da entidade
apontam que, para cada R$ 1 investido em sistemas fotovoltaicos de
pequeno e médio portes usados para abastecer residências,
comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, o
setor devolve mais de R$ 3 em ganhos elétricos, econômicos, sociais
e ambientais aos brasileiros”, informou a Absolar em nota.
O
Ministério da Economia divulgou estudo em que estima impacto de R$
56 bilhões na conta de luz elétrica do brasileiro até 2035 (R$ 34
bilhões a valor presente) por causa do subsídio à energia solar,
que na verdade é a isenção para os projetos de Geração
Distribuída (GD) da tarifa conhecida como Tusd (Tarifa de Uso do
Sistema de Distribuição), que remunera as distribuidoras de energia
pelo uso das linhas de transmissão, o chamado custo-fio
Segundo
a Absolar, o cálculo sobre os benefícios da GD foram feitos a
partir de investimentos realizados no setor a partir de 2012, levando
em conta o aumento da arrecadação dos governos federal, estaduais e
municipais decorrentes da geração de novos empregos e renda com os
negócios.
De acordo com a entidade, esse incremento não foi
considerado pelo Ministério da Economia, tampouco pela Aneel.
Desde
2012 já foram investidos R$ 8,4 bilhões em projetos de energia
solar fotovoltaica no Brasil, que hoje tem potência instalada de
cerca de 1,9 Gigawatts e responde por 0,65% da geração total de
energia do País. No ano passado foram abertos 92 novos postos de
trabalho por dia, segundo a Absolar, que estima em 100 mil o número
atual de empregos do setor.
“Importante destacar que o
dinheiro economizado na conta de luz do consumidor de energia solar é
reinjetado na economia e ajuda a movimentar os setores de comércio e
serviços, aquecendo a atividade econômica local. Surpreendente que
o Ministério da Economia não tenha feito uma conta sequer sobre
estes e outros benefícios para a economia do nosso País. A quem
interessa este tipo de conta incompleta?”, indaga Ronaldo
Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar.
Se
as regras forem mantidas, calcula a Absolar, os ganhos para os
consumidores de energia elétrica poderão receber cerca de R$ 13,3
bilhões. Os benefícios incluem ganhos pela energia evitada,
diminuição de perdas de transmissão e distribuição e redução
de contratação de novas usinas de geração.
“As análises
devem incluir, por exemplo, a postergação de investimentos em
transmissão e distribuição de eletricidade, alívio das redes pelo
efeito vizinhança, geração de emprego e renda, diversificação da
matriz elétrica e redução de emissões de gases de efeito estufa,
entre diversos outros benefícios que superam, em muito, quaisquer
eventuais custos da geração distribuída”, diz o presidente da
Absolar, Rodrigo Sauaia, que defende uma revisão das contas do
governo e o estabelecimento de um marco legal transparente, estável
e previsível para incentivar ainda mais investimentos na área.
Até
o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido um
posicionamento sobre as instituições citadas na acusação da
Absolar.