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Tecumseh: “O problema não está na China, está no Brasil”, diz Skaf

20/02/2014 23h18 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Tecumseh: “O problema não está na China, está no Brasil”, diz Skaf

O presidente do Sesi e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, visitou a região central do Estado na quarta e na quinta-feira. Em passagem a São Carlos, Skaf comentou a situação pela qual passa a indústria brasileira.

 

Nessa semana, a Tecumseh do Brasil, fabricante de compressores herméticos, demitiu 97 trabalhadores.

Na ocasião, o diretor de recursos humanos da Tecumseh, Antonio Sasso Garcia Filho, afirmou que as dispensas de trabalhadores foram inevitáveis diante da conjuntura enfrentada atualmente pela indústria nacional. “Na verdade a empresa está inserida no mesmo contexto de toda a indústria nacional. Todas estão sofrendo, sendo que algumas sofrem mais e outras sofrem menos. Temos problemas com o câmbio, com o custo Brasil e a carga tributária, além da concorrência de produtos da China e da Coréia”, ressaltou.

Mesmo não conhecendo a situação da empresa, Skaf comentou a situação da indústria em um contexto geral. Na opinião dele, o Brasil precisa corrigir os problemas com urgência. “O problema não está na china, está no Brasil. O custo alto que a indústria assume. Combater a importação legal não adianta, o comércio internacional é uma via de mão dupla. Não temos que reclamar da China”, afirma Skaf.

Segundo o presidente do Sesi/Fiesp, já passou da hora do Brasil se tornar um país competitivo. “A Fiesp defendeu bandeiras em defesa da indústria nacional. Conseguimos uma redução de 32% no custo da energia, contudo o preço do gás é muito elevado. Para a geração de energia nas usinas térmicas, o preço do gás é de US$ 4,60/milhão de BTU. A Petrobras importa gás natural e o  seu custo final ultrapassa os US$ 19/milhão de BTU, mas ela o vende pelo valor estipulado para a geração térmica”, ponderou.

Segundo Skaf, a logística caríssima e a infraestrutura têm provocado um atraso no desenvolvimento do Brasil. “A ampliação do acesso ao porto de Santos, o Ferroanel, trechos Norte e Sul, e o trem bala, não saem do papel. O Rodoanel é um projeto de 1991 e estamos em 2014 com apenas os trechos Oeste e Sul concluídos”, lembrou Skaf.

“O Estado São Paulo abriga 22% da população brasileira e produz 1/3 do PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil. Aqui se arrecada 40% dos tributos federais, mas apenas 11% retornam ao Estado”, afirmou Skaf. “O problema de competitividade é nosso e precisamos corrigir”, completou.

 

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