Governo prepara retorno gradual das aulas em São Paulo
Data não foi marcada e depende de orientação científica da saúde
O secretário executivo da Secretaria Estadual da Educação de
São Paulo, Haroldo Rocha, disse na última sexta-feira (05) que o retorno às
aulas presenciais, ainda sem data marcada, será de forma gradual. “A ideia é
que nós vamos voltar em fases, combinadas com as [cinco] fases do Plano São
Paulo [plano do governo estadual de retomada das atividades econômicas e de
serviços, de forma gradual e regionalizada]. A ideia é que a gente volte com
20% [de presença] dos alunos no primeiro momento; no segundo momento, com 50%
dos alunos; e, na fase final, com 100% dos alunos. Isso já é uma decisão”,
detalhou o secretário. Rocha.
As aulas presenciais na rede estadual de São Paulo estão suspensas desde o dia
23 de março como medida de controle à propagação do novo coronavírus
(covid-19). E o retorno “depende da evolução da pandemia e da orientação
científica da saúde”, disse Rocha.
O estado tem hoje 13 milhões de estudantes.
O secretário disse que ainda está sendo discutido que faixa etária terá
prioridade na retomada das aulas, se as crianças mais novas ou as crianças mais
velhas. Outra questão que está sendo estudada pela secretaria diz respeito aos
professores que estão na faixa de risco para o coronavírus, seja por idade
acima de 60 anos, seja por problemas anteriores de saúde.
Rocha lembrou que apesar das aulas presenciais estarem suspensas, elas vêm
acontecendo de forma online e remota, por meio do Centro de Mídias da Educação
de São Paulo (CMSP), plataforma criada pela secretaria de Educação durante a
pandemia do novo coronavírus.
“Estamos transmitindo as aulas pelo Centro de Mídias, que é uma construção que
envolve o aluno e o professor, que acessam um aplicativo para as aulas, com
internet patrocinada [pelo governo]. Esse Centro de Mídias não é ferramenta da
pandemia. Ela nasceu agora, mas será muito importante para a educação daqui
para a frente, sobretudo na retomada de aulas”.
De acordo com o secretário executivo de Educação, a retomada das aulas no
estado será feita de forma híbrida, aproveitando o Centro de Mídias. “Na
retomada das aulas, nós vamos trabalhar com o ensino híbrido, ou seja, as
crianças terão um tempo presencial na escola e vão ter também a oportunidade de
ampliar ou ter apoio do Centro de Mídias em suas casas para avançar no
conhecimento”, disse.
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (Seduc-SP)
informou que vem realizando reuniões com instituições públicas e privadas para
organizar a retomada planejada das aulas presenciais. E que será de forma
gradual e regionalizada, seguindo o que os dados científicos sobre a epidemia
indicarem em cada região do estado.
Ainda segundo a secretaria, as diretrizes sobre a retomada presencial das aulas
devem ser apresentadas à sociedade nas próximas semanas.
Competições e práticas esportivas
O governador de São Paulo, João Doria, disse hoje (5) que a volta das
competições e práticas esportivas no estado está em fase de estudos, sem prazo
ainda para serem retomadas. “Ainda não há posição definida sobre prazo de retorno
do futebol e dos demais esportes”, disse Doria.
“Temos trabalhado em duas frentes. Primeiro, temos um grupo estudando a forma
como o vírus se espalha ou pode ser disseminado em uma corrida ou atividades
como bicicleta, jogos de futebol, basquete ou tênis. Então pretendemos levar,
nas próximas duas semanas, tudo isso para discussão no comitê de crise para
embasar uma discussão de eventual abertura desse tipo de atividade, se isso for
seguro e possível. Na outra frente, temos tido contato com as federações. E
estamos aguardando que elas apresentem protocolos para colocar isso em
discussão”, disse Carlos Carvalho, coordenador do Centro de Contingência do
Coronavírus de São Paulo.
Manifestações
O governador João Doria disse que a Polícia Militar já está orientada para
acompanhar, e atuar, caso seja necessário, na manifestação prevista para este
domingo (7), na Avenida Paulista. Segundo Doria, será preservado o direito das pessoas a se manifestarem. “A
posição do governo é de que não somos contra manifestações. Entendemos as
manifestações como uma forma democrática da população a assumir sua posição,
contra ou a favor. O que não apoiamos são as agressões. A manifestação, dentro
dos princípios democráticos, e dentro do respeito ao cidadão, merece nosso
apoio e consideração. Mas medidas que proponham violência ou discriminação ou
ações ofensivas e agressivas a quem quer que seja, não serão toleradas pelo
governo de São Paulo”.