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Justiça nega pedido de liminar para proibir “tropa de braço” da PM em protesto

13/03/2014 18h12 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Justiça nega pedido de liminar para proibir “tropa de braço” da PM em protesto

A Justiça de São Paulo negou nesta quinta (13) pedido de liminar em mandado de segurança apresentado pelo grupo Advogados Ativistas que pedia a proibição da chamada “tropa de braço” da Polícia Militar (PM) na manifestação contra a Copa do Mundo programado para hoje. A decisão é provisória e cabe recurso.

 

Em seu pedido, os Advogados Ativistas, grupo formado por voluntários da área jurídica que acompanham as manifestações de rua em São Paulo, solicitaram o fim do cordão de isolamento e das revistas sem fundamento e ainda para que não houvesse ação policial contra os manifestantes. Os advogados pediram também que os policiais que atuarem na manifestação utilizem “de forma visível” a tarjeta de identificação, que não utilizem táticas de cercar e isolar participantes das marchas e que não sejam feitas prisões para averiguação.

No documento que foi encaminhado à Justiça, os advogados lembraram da última manifestação contra a Copa, ocorrida no dia 22 de fevereiro, quando 262 pessoas foram detidas, entre eles diversos jornalistas. “Enquanto a manifestação percorria pacificamente as ruas do centro de São Paulo, a Polícia Militar interrompeu, sem legítima causa, utilizando-se da tática denominada Panela de Hamburgo ou kettling, nome derivado do termo em inglês kettle para chaleira e do alemão kessel para caldeirão, técnica que consiste em cercar e isolar as pessoas dentro de um cordão policial para posteriormente encaminhá-las ao Distrito Policial. Feita a Panela de Hamburgo, os policiais fecharam a rua com dois cordões de isolamento, de forma a manter, nos limites dos mesmos, isolados, os manifestantes que, repita-se, permaneciam em atitude claramente passiva”, diz o pedido dos advogados.

O protesto Não Vai Ter Copa, feito em fevereiro, reuniu aproximadamente 1,5 mil pessoas. Os 262 detidos foram encaminhados para sete distritos policiais da região central da capital paulista. Todos foram liberados após prestarem depoimento. Durante o ato, agências bancárias foram depredadas e houve confronto entre manifestantes e policiais. De acordo com a PM, 2,3 mil homens participaram da operação, sendo 200 com treinamento em artes marciais.

Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) apontou que 19 jornalistas foram detidos ou agredidos durante esse protesto. Segundo o levantamento, em todos os casos os jornalistas apontaram a Polícia Militar como agressora.

O terceiro ato contra a Copa foi convocado pelo Facebook e, até o início da tarde de hoje, contava com a confirmação de quase 14 mil pessoas. O protesto acontece hoje, a partir das 18h, com saída prevista do Largo da Batata. “O Brasil receberá a Copa do Mundo de 2014, porém a população que não foi consultada é quem vai pagar o preço. Tudo não passa de um grande espetáculo com o dinheiro do contribuinte”, diz a mensagem no Facebook, que convida os internautas a participarem do protesto.

Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Militar ainda não confirmou a intenção de utilizar a “tropa de braço” na manifestação de hoje.

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