Ministério da Saúde justifica dado divergente e diz que lançará nova plataforma
O Ministério da Saúde divulgou
nesta segunda-feira (08) nota para justificar a divergência dos números sobre
casos e mortes de covid-19 e relatou que busca a elaboração e a
disponibilização de dados “fidedignos” sobre o novo coronavírus no
País. Segundo a pasta, será lançada uma nova plataforma interativa esta semana
com informações sobre a doença.
Depois da polêmica em torno da mudança no
sistema de contagem de mortos e infectados e no horário da divulgação, o
ministério divulgou no domingo dois dados discrepantes sobre a situação da
doença no Brasil. Primeiro, informou que foram registrados 1.382 óbitos
decorrentes da doença em 24 horas. Depois, o número caiu para 525.
Nesta segunda, o Ministério justificou que
“corrigiu duplicações e atualizou os dados divulgados sobre casos e
óbitos”. “Em especial, podem ser citadas a situação de Roraima, em
que haviam sido publicados 762 óbitos e, após verificação do Ministério da
Saúde, o número foi consolidado em 142”, informou a pasta no texto.
“Assim, o último boletim de 24h deve ser considerado 18 912 casos e 525
óbitos novos. O total de casos no país é de 691 758 e de óbitos 36.455 ao longo
da pandemia”, completou o ministério.
Críticas
A situação gera críticas e preocupa
especialistas e autoridades. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro, citou o
País como mau exemplo na condução da pandemia.
No último final de semana, o empresário Carlos
Wizard desistiu de assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos e deixou o cargo de conselheiro do Ministério da Saúde após as
declarações que deu sobre o plano de recontar os mortos pela covid-19 no País.
Wizard disse ter a informação de que haveria
fraude e dados inflados em balanços estaduais, repassada por uma “equipe
de inteligência militar” – mas nada detalhou ou quantificou. “Peço
desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido
interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da covid-19 ou
profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas”,
afirmou Wizard após confirmar que não assumiria o posto.