19% dos pacientes faltam às consultas do SUS
A Prefeitura baixou, em seis meses, perto de 11% o número de pacientes que faltam à consulta médica do Sistema Único de Saúde (SUS), após a implantação do serviço telefônico (call center) que alerta sobre data e horário das consultas eletivas. Mas o número de desistência ainda é alto, perto de 19%, segundo a Secretaria Municipal de Saúde que prevê margem de 5%.
No semestre passado, foram realizadas 49.960 agendamentos de consultas e exames médicos nas unidades básicas de saúde e 9.794 não foram realizados. Líder absoluto de desistência está a ultrassonografia que dos 12.416 agendamentos, 3.080 pacientes não compareceram. “Nesses casos, como são exames contratados da Santa Casa de Misericórdia pela Prefeitura, o paciente, comparecendo ou não, tem de pagar, em média R$ 30 por exame. O volume de gasto com quem não comparece no ano chega a R$ 63 mil, valor que poderia ser mais bem aplicado na saúde”, disse a diretora de Regulação, Controle e Avaliação da Secretaria Municipal de Saúde, Elma Formiga.
Outro problema que se cria com a falta do paciente é que muitos exames são feitos com a presença de médicos e enfermeiras. “A equipe médica fica à disposição do paciente e ele não aparece. Na Santa Casa a tomografia e a ressonância magnética geram cerca de 40% de desistência por parte dos pacientes”, informou.
Estatística da secretaria mostra que 57% dos pacientes confirmam a consulta, mas 36% estão com cadastro errado e o telefone não existe. “Este é um dos entraves para que se consiga tem uma melhor eficácia no serviço do call center”, disse Elma, ao ressaltar que o ciclo fecha com 4% que não tem telefone e 3% que na hora da ligação cancela a consulta.
Na avaliação da chefe de Divisão, as pessoas que faltam, na grande maioria, vai querer remarcar e aí se cria a “demanda reprimida” que é um bolsão de consultas além das que estão programadas. “O custo para o poder público e o atraso no atendimento às outras pessoas acaba sendo o grande desafio para ser solucionado”, afirmou.
No período em que não havia o call center, o índice de faltas nas consultas e exames médicos chegava a 30%, perto de 6 mil casos por mês. Com a criação do centro de atendimento, pelo menos 100.355 ligações foram feitas no último semestre. Em média 14 mil por mês.
“É importante que a população tome consciência da importância de comparecer nas datas marcadas e quando não puder, que avise as unidades de saúde para que outros pacientes que estão na fila possam ser atendidos”, ressaltou.