Abrigos para idosos não possui vagas e lista de espera é limitada
Os três abrigos privados sem fins lucrativos ou Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) de São Carlos, não possuem vagas para novos moradores e nem expectativa na lista de espera.
Os abrigos Cantinho Fraterno (40 idosos), Cantinho de Luz (30), Helena Dornfeld (37), estão com a capacidade atingida, passando por problemas de estrutura e limitação funcionários.
Os diretores administrativos e assistentes sociais admitem que a procura por vaga é alta e diária, porém é difícil prever quando haverá um leito e mesmo assim, não é há garantia de alojamento.
Eles ponderam que é preciso levar em consideração a necessidade de cada caso, pois há diferentes atendimentos classificados por níveis dependência dos idosos, 1 (parcial), 2 e 3 (total).
Atualmente, essas instituições não têm condições de abrigar idosos dependentes, algumas inserem o nome na lista de espera para idosos autônomos, isto é, que dispensam acompanhamento de enfermeiros para tarefas diárias como tomar banho e se alimentar.
“Pelo número de funcionários e condições de estrutura é difícil oferecer os devidos cuidados e atendimento para um idoso dependente que necessitará de atenção 24 horas”, comenta a assistente social do abrigo Cantinho Fraterno, Juliana Favaro Costa.
Ela admite que há o déficit de vagas nos abrigos, porém aponta que o problema começa na desinformação da família, que é a primeira responsável legal pelo idoso.
Ela explica que o artigo III do Estatuto do Idoso, fala que “a responsabilidade sobre um idoso é da família, da sociedade e do poder público assegurar com absoluta privacidade e efetivação dos direitos à vida, à saúde e à cidadania”.
O Estatuto também define como perfil de institucionalização “o idoso que se encontra sozinho sem parentes próximos, em estado de abandono e maus-tratos”. Segundo Juliana, os cuidados são diversos e muitos familiares não querem assumir o compromisso, e optam pela internação do idoso em um abrigo o que pode vir piorar a saúde e até adoecê-lo.
“Temos uma demanda gigantesca com relação aos pedidos de vaga, principalmente de idosos com família. Neste caso conversamos e orientamos o familiar de como proceder com os cuidados”, explica a assistente social.
Juliana ainda comenta que a demanda é crescente, principalmente após estudos que aponta o aumento na expectativa de vida das pessoas. Uma solução seria a criação de uma nova ILPI pela prefeitura, já que as estruturas atuais não comportam o crescimento da demanda.
“É necessário e de importância que o poder público contribua com a ampliação ILPI e melhores condições no atendimento aos idosos”, afirma Juliana.
Compromisso social sem fim lucrativos
O Centro de Referência Especializado de Assistencial Social (Creas) oferece atendimento e acompanha idosos em casos de abandono e maus-tratos. Em casos mais extremos e com o nível um de dependência, a equipe faz um requerimento de vaga a um dos abrigos que possa atender, mas que será avaliada pela instituição.
A Secretaria de Cidadania e Assistência Social é responsável por receber e encaminhar as verbas per capita municipal, estadual e federal aos abrigos. Mesmo com os investimentos, os abrigos fecham os meses em déficit.
Por enquanto, apenas a verba municipal não foi repassada as instituições, que se viram para pagar as contas do mês através da contribuição e solidariedade da população.
