“Animais são abatidos a marretadas e machadadas”, diz tratador
Há um ano e meio trabalhando como tratador de animais concursado no Parque Ecológico de São Carlos, Isaac Soares de Souza, em entrevista ao Primeira Página, confirmou e completou a denúncia, que fez no facebook, do que chamou de “matança de animais” ocorrida no estabelecimento: “Bois, garrotes e bezerros são abatidos a marretadas e machadadas. Essa forma de abate se tornou crime”, afirma.
Diz, ainda, que essa não é uma prática recente, já ocorrendo quando lá trabalhou como terceirizado, há cerca de três anos. Questionado sobre a frequência com que os abates aconteciam, ele explica: “Não eram diários, pois dependiam de doações e compras. Mas era praticamente toda semana”. Segundo Isaac, houve dias em que até 15 animais foram mortos.
Ele afirma ainda que não cabe ao tratador de animais realizar o abate, mas sim a um profissional específico, capacitado para esse fim (chamado magarefe). Mas com ausência desse profissional, ele explica, tratadores eram usados nessa função.
Questionado sobre o porquê de realizar a denúncia após meses sabendo dos casos, ele disse: “Essa denúncia eu resolvi fazer por ser maltratado, mas não apenas eu. Estamos sofrendo assédio moral porque nos recusamos a abater os animais. Somos chamados de omissos e preguiçosos”.
Segundo ele, a função do tratador é observar os animais; ver se eles estão saudáveis, bem alimentados e preparar os alimentos que a eles serão servidos: “Já o fato de abater animais requer um profissional gabaritado”, reafirma.
Além de denunciar pelo facebook, Isaac afirma que enviou e-mails a alguns vereadores: “Fiz a denúncia e nenhum tomou providência ou se manifestou”.
À reportagem, a vereadora Laíde das Graças Simões (PMDB), disse ter ficado sabendo pelo e-mail enviado por uma amiga: “No mesmo momento em que a denúncia chegou até mim, fui averiguar. E realmente fui informada de que alguns casos aconteceram, que existem tratadores lá que faziam esse serviço de livre e espontânea vontade. Antigamente vinham abatidos, se não vêm mais, é preciso uma forma ética e humanitária de fazer”.
Questionada sobre o que fez após a confirmação, ela disse: “Não fizemos nada, apenas conversamos com a prefeitura, vimos qual a verdade da história, e qual posição eles vão tomar. A informação que temos é que não está acontecendo mais. Estamos aguardando”.
O caso já chegou ao Ministério Público. À reportagem, o promotor de justiça de Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo, Sérgio Domingo de Oliveira, afirmou que hoje decidirá da abertura ou não de inquérito sobre o caso.
OUTRO LADO
Em nota, a prefeitura informa que no dia 15 de maio de 2013, a diretoria do Parque determinou que fosse suspenso qualquer tipo de abate de animais no local. Afirma ainda que apesar da determinação, no dia 20 de maio, na ausência do responsável pelo Parque, o ato foi praticado, e filmado, por meio de um aparelho celular pelo funcionário denunciante.
“A Prefeitura solicitou a abertura de uma sindicância para apurar os fatos e informa, ainda, que o prefeito Paulo Altomani já autorizou a aquisição de equipamento para a realização do chamado abate humanitário”, diz a nota.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da administração Oswaldo Barba (PT), que afirmou que esse tipo de abate não ocorreu durante aquele governo.
Este mundo está ficando muito chato! Daqui a pouco não poderemos colher verduras porque elas serão violentadas, somente agrônomos/psicólogos poderão fazê-lo. Faça-me um favor…
agora vao começar a dar alfaçe para os bichos e vao começar falar todo zoo faz isso de vez ficar preocupado com isso vai lavar louça
Aê, São Carlos! Que ótimo exemplo, hein!