Associação de bairro contesta abandono do bosque

11/05/2013 12h24 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação

A Associação de Moradores do Bairro Santa Marta contestou as reclamações de alguns moradores do bairro sobre o abandono dos bosques presentes ao local.

Para os membros da Associação, os bosques estão precisando de mais cuidados e manutenção, porém muitos desses serviços não dependem da organização, e sim, da disponibilidade da Prefeitura que é a responsável pela área pública.

Mesmo com o atendimento precário da gestão municipal, a Associação faz campanhas de conscientização dos moradores para mutirões para limpeza da área e preservação ambiental dos bosques.

As demandas urgentes são resolvidas pela Associação, como, por exemplo, controle de pragas, arcando também com os gastos, utilizando o fundo de contribuições arrecadadas dos moradores associados.

Sobre a falta de segurança e os casos de assaltos nos bairros, uma das principais reclamações apontadas por alguns moradores, são considerados pela Associação como um problema relativo e presente em qualquer bairro da cidade.

Porém, para aumentar a sensação de segurança dos moradores, ações de prevenções são reforçadas através da vigilância do bairro; uma empresa privada e também a Polícia Militar realizam constantes rondas no bairro.

O presidente da Associação, Elói Paiva, admite que houve dois casos nos últimos anos de assaltos em que o bosque foi usado para refúgio e fuga dos assaltantes. Porém, ele explica que muitos outros casos de violência foram facilitados pelo descuido dos próprios moradores, como falta de alarmes residenciais, portões abertos e permissão da entrada de pessoas desconhecidas nas residências.

O presidente destaca também que quando há situações de indivíduos suspeitos ou de disparo de alarmes residenciais, a vigilância é acionada para averiguação. Casos de reclamações de moradores levadas e registradas à Associação são também apurados e os problemas solucionadas sempre que possível, acrescenta Paiva. “Por isso a importância de todos os moradores, associados ou não, relatarem formalmente os problemas avistados à Associação para que todas as melhorias sejam feitas em suas prioridades”, afirma.

APP – Os bosques do Santa Marta são Áreas de Preservação Permanente (APP) com espécies naturais da Mata Atlântica, por isso não sofrem intervenções drásticas e servem para visitação de alunos de diversas escolas da cidade para abordagem de estudos sobre Educação e Preservação Ambiental.

Além da Associação de Bairro, o bosque também recebe o apoio da ONG Veredas Verde que contribuiu desde a formação do Bosque Cambuí como na proteção da APP.

Atualmente, o bairro Santa Marta possui aproximadamente 320 residências que representam 80% da ocupação do bairro; do total de moradores, cerca de 55% são associados à Associação do bairro e contribuem com o valor de R$ 100 mensais para manutenção do local.

Um pouco da história do bosque Santa Marta e Cambuí

O Bosque Santa Marta é uma área de preservação ambiental de 2,7 hectares (ha), cuja vegetação caracteriza-se como um fragmento de floresta estacional semidecídua do domínio da mata atlântica.

O trabalho realizado pela Coordenação da Associação, nos anos de 1996 a 1999 foram reflorestadas áreas degradadas disponíveis nas bordas com espécies nativas do local ou regional. Um levantamento realizado permitiu identificar a presença de mais de 80 espécies nativas.

O bosque Cambuí possui uma área de 4 ha, que começou a ser arborizado entre os anos de 1993 e 1994.Um grande plantio marcou o inicio do reflorestamento em fevereiro de 1999, sendo que vários incêndios e estiagens prolongadas, trouxeram prejuízos ao desenvolvimento das mudas. Outros plantios foram feitos para dar continuidade à nova cobertura vegetal e para reposição de perdas.

Foram plantadas mais de 5 mil mudas de 287 espécies, agrupadas em 56 famílias botânicas sendo 82,4% nativas e 17,6% de exóticas.

Todo processo preservação e plantio das espécies dos bosques do Santa Marta e Cambuí contou com a iniciativa do professor Benjamim Mattiazzi.