Dia Mundial de Combate à Violência contra o idoso
Hoje, 15 de junho, é o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída no ano de 2006, pela organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.
A população idosa brasileira vem crescendo de forma significativa nos últimos tempos. Durante todo o século XX, a população idosa era inferior a 10%. No entanto, na última década esse número começou a mudar rapidamente. É o que mostra o cenário apontado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na SIS (Síntese de Indicadores Sociais) de 2016.
O cenário mostrou que, entre 2005 e 2015, a proporção de pessoas com mais de 60 anos de idade cresceu em velocidade superior à da média mundial, saindo de 9,8% para 14,3%. O relatório assinala que o País está se aproximando da taxa projetada em países desenvolvidos.
Na cidade de São Carlos, de acordo com dados da Fundação Seade, órgão da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Governo do Estado de São Paulo, atualmente há 36.614 pessoas com 60 anos ou mais. Destes, 15.685 são homens e 20.739 são mulheres. Em 2015, tínhamos um total de 33.979 pessoas idosas. Isso mostra que o número da população idosa vem crescendo ano após ano e a discussão em torno desse assunto se torna necessário.
Com esse crescimento, a violência e maus tratos contra o idoso tende aumentar, conforme demonstram os números de denúncias feitas por telefone do Disque 100, canal de Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. Em 2016, nos quatro primeiros meses (janeiro a abril), foram registrados 12.454 de violência contra a pessoa idosa. Os dados mostraram ainda que a maior parte das violações acontece dentro da casa das vítimas e são praticadas por filhos, netos ou outros familiares. O número quando comparado ao mesmo período de 2015 cresceu 20,54%.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, até 2020, teremos uma população predominantemente de idosos.
Violência – De acordo com Mirela Almeida, psicóloga e colunista do Primeira Página, é necessário que a sociedade repense e reavalie o tratamento dispensado a essa população. Ela ressalta que a violência contra o idoso não é somente caracterizada pela violência física e maus tratos.
Segundo Mirela, muito comum é a violência velada, difícil de ser notada e muitas vezes, passa a fazer parte da rotina do idoso. Essa violência caracteriza-se por humilhações, negligência, ofensas verbais, descaso. A isso chamamos de violência psicológica. Por vezes é tão dolorida quanto a violência física em si, destaca a psicóloga.
Em grande parte dos casos, o idoso é deixado de lado em suas funções e atividades diárias, o que ocasiona um distanciamento familiar e social. O idoso acaba sendo poupado de situações que ainda poderia desempenhar, pelo fato de ser mais lento ou pela falta de tempo e paciência do familiar, que acaba resolvendo as situações de maneira mais prática a fim de poupar o ente idoso.
Esse distanciamento social e de atividades pode gerar e agravar quadros depressivos no idoso, levando inclusive ao agravamento de patologias. A depressão no idoso é muito comum e em grande parte é causa de morte ou até mesmo o suicídio, alerta Mirela Almeida.
