Entra em vigor ampliação de cobertura de planos de saúde
Entrou em vigor ontem a ampliação de cobertura para beneficiários de planos de saúde. As mudanças, anunciadas em outubro pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), são obrigatórias e incluem 37 medicamentos orais para tratamento domiciliar de câncer, além de 50 novos procedimentos como exames, consultas e cirurgias.
O médico Francisco Márcio de Carvalho, presidente da Sociedade Médica de São Carlos, afirma que isso é a realização da efetiva transferência de responsabilidade: “O que não está errado, está certo”. Afirma também que a transferência de responsabilidade para o plano de saúde irá repercutir provavelmente nos custos que os usuários pagam: “E também pode repercutir na remuneração do profissional médico, pois tudo vai em função da arrecadação e das planilhas de custos dos planos”.
Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que reúne operadoras de planos de saúde, informou que a revisão do rol de procedimentos de fato terá efeito sobre os custos, com previsão de crescimento das despesas.
O médico, no entanto, não acredita que seja caso para alarde ou desespero: “É regra do jogo. Talvez até consigamos uma redução de custos, pois quando a negociação é boa, quando se paga uma conta com pontualidade, é possível conseguir descontos”.
Ele afirma ter observado que os planos de saúde têm conseguido uma medicina mais econômica que a própria União: “Pois eles têm poder de negociação melhor, e também pela eficiência e contenção de despesas”.
Esta é a primeira vez que os planos de saúde terão que cobrir os custos com medicamentos via oral para o tratamento do câncer em casa. Serão ofertados remédios para o tratamento de tumores de grande prevalência na população. Por exemplo, estômago, fígado, intestino, rim, testículo, mama, útero e ovário.
A forma de distribuição desses medicamentos, de acordo com a ANS, ficará a cargo de cada operadora de plano de saúde. Além dos medicamentos, foram incluídas 28 cirurgias por videolaparoscopia.
A cobertura odontológica também foi ampliada com a inclusão de enxertos periodontais, teste de identificação da acidez da saliva e cirurgia de gengiva para facilitar a higienização dentária.
A cada dois anos, a agência revisa a lista mínima de procedimentos cobertos pelas operadoras. Segundo ela, a ampliação atual beneficia 42,5 milhões de consumidores com plano de saúde de assistência médica e mais 18,7 milhões com planos exclusivamente odontológicos. (* com informações da Agência Brasil)
