Festa de Aparecida da Babilônia será celebrada com missas on line
Evento em São Carlos (SP) reunia cerca de 20 mil fiéis, mas não pode ser realizado por conta da pandemia
Pela primeira vez em 60 anos, a festa em homenagem a Nossa Senhora Aparecida da Babilônia, que ocorre no feriado municipal de 15 de agosto em São Carlos, não terá a tradicional festa com cerca de até 30 mil pessoas, peregrinação, almoços beneficentes, praça de alimentação e missas presenciais
Para evitar aglomerações em tempos de Covid-19, a comemoração será feita de forma online. A celebração à santa será transmitida por meio do Facebook três missas virtuais, às 7h, às 10h e às 16h.
O padre Marcos Eduardo Coró, responsável pela paróquia de Santa Isabel e reitor do Santuário da Aparecidinha, lamenta a situação, mas ressalta a necessidade da prevenção contra a pandemia. “Estamos atendendo as recomendações das autoridades sanitárias e optamos pela não realização da festa este ano. A prevenção é importante e a orientação é que os fiéis acompanhem as missas online”, afirmou o padre Marcos Eduardo Coró, responsável pela paróquia de Santa Isabel e reitor do Santuário da Aparecidinha. “Será também a perda de um dia de fé, de oração, pelo fato do Santuário estar fechado. Mas temos que respeitar as autoridades sanitárias”, comentou o padre.
HISTÓRIA – Os livros de história de São Carlos registram que no mês de agosto, por volta do ano de 1860, que um grande incêndio devastou toda a mata que existia na antiga Fazenda da Babilônia. Na manhã seguinte ao incêndio, constataram que apenas uma árvore permaneceu intacta, verdejante e com um brilho diferente. Numa bifurcação do tronco encontraram uma imagem de Nossa Senhora. A partir desta data a população local começou a rezar o terço aos pés desta imagem, a pediram graças e a alcançarem milagres.
TRADIÇÃO ATRAVESSOU SÉCULOS – Segundo os dicionários, a palavra “Fé”, que vem do Latim fides e significa fidelidade, é a firme convicção de que algo seja verdade, sem precisar de nenhuma prova. A fé sempe fez com que milhares de pessoas saiam de suas casas a pé, na madrugada fria, rumo ao Santuário de Nossa Senhora de Aparecida da Babilônia, algumas para pagar uma promessa feita, agradecer a uma graça alcançada ou colocar alguma situação difícil nas mãos de Deus.
A aposentada Maria Aparecida Fiochi percorreu o caminhado de terra para chegar ao Santuário durante 14 anos; treze deles teve ao seu lado o esposo e mesmo após ficar viúva foi no ano seguinte completar o agradecimento da graça alcançada.
“Recebi a graça e em agradecimento fui durante esses anos a pé, até a Babilônia. Pedi pelos meus filhos que na época eram pequenos e alcancei a graça, por isso saía a pé, toda madrugada do dia 15 de agosto, durante 14 anos, para chegar com o dia amanhecendo no santuário. Esse caminho é uma benção”, conta Maria.
Romeiros de diferentes cidades da região e também de outros estados se reúnem no Santuário nesta data. “Já fazem 3 anos que vou a pé para o santuário, acho purificador, parece que fico mais leve, em paz comigo e com Deus. Essa será a quarta vez que irei em peregrinação, neste ano vou pelo Caminho da Fé, dizem que é mais difícil, mas tenho certeza que será gratificante”, conta a dona de casa, Lurdes da Silva. Segundo ela é muito triste a situação atual, onde os fieis não poderá comparecer ao local.
A pé, de carro, de ônibus, de excursões e até mesmo a cavalo, os fiéis encontram uma maneira para estar aos pés de Nossa Senhora nessa data. O santuário sempre recebeu romeiros de cidades da região como Rio Claro, Araraquara, Gavião Peixoto, Limeira, Descalvado, Porto Ferreira, Campinas, Ribeirão Preto, Ibaté, Américo Brasiliense, Águas da Prata, Tambaú, Ribeirão Bonito e São Paulo.
